RFI Brasil 40 anos: “Rádio França Internacional é uma janela para o mundo”, diz Alfredo Valladão
Publicado em:
Ouvir - 13:14
A Rádio França Internacional, conhecida pela sigla RFI, é uma rádio pública francesa, que emite, além do francês, programas em 16 línguas estrangeiras, entre elas o português. A redação brasileira completa 40 anos informando sobre as principais notícias do mundo, com prioridade para o que acontece na França, na Europa, e, no caso da redação brasileira, para notícias sobre o Brasil, seu público alvo. “RFI Brasil é uma janela para o mundo”, diz Alfredo Valladão, que assinou a crônica de política internacional da rádio durante 26 anos.
A Rádio França Internacional teve vários nomes até ser batizada de RFI em 1975. A redação brasileira foi criada em 1982 e é atualmente composta por 11 jornalistas. Como a maioria das outras redações em línguas estrangeiras, ela emite e é baseada em Paris, mas conta com uma importante rede de correspondentes em todo o mundo.
A prioridade da programação da RFI é a notícia e ao vivo, somente os programas temáticos e reportagens são gravados. Mas qual é a linha editorial dessa rádio que fala da França para o mundo? Ela é porta-voz da França e de seu governo ou tem autonomia editorial?
Milton Blay, segundo editor-chefe da redação brasileira, defende que, ao contrário de uma rádio estatal, a RFI “representa uma visão da sociedade (...) a voz de toda a França, da pluralidade francesa e europeia”.
Alfredo Valladão, ex-jornalista do jornal Libération e da RFI, cientista político e professor do Instituto de Ciências Políticas de Paris, responsável pela cátedra Mercosul, diz que os programas em português “são importantes porque a França precisa de se mostrar para o mundo”. Já para o Brasil, que segundo ele “é um país fechado em si mesmo”, a RFI “é sempre uma janela para o mundo. Era a única janela que existia, aliás”, afirma Valladão, que assinou a crônica "O Mundo Agora" até 2021.
Liberdade editorial
Os jornalistas que protagonizaram o início da redação brasileira da RFI ressaltam a liberdade total que tinham para escolher os assuntos que iam tratar.
Paulo Antonio Paranaguá, que trabalhou na RFI durante 20 anos antes de ir para o jornal Le Monde, concorda que estar aberto para o mundo enriquece a informação e garante que os jornalistas da redação brasileira sempre foram “extremamente livres, não só no noticiário. Não havia nenhuma imposição, nenhuma censura”.
Maria Emilia Alencar, que chegou à RFI em 1983 e foi editora-chefe da redação durante 13 anos, acha que a linha editorial não mudou muito nesses 40 anos. Para ela, o diferencial, da RFI continua sendo “falar do mundo com uma visão aprofundada e do Brasil com uma visão distanciada”.
O técnico de áudio Pierre Zanutto, que trabalha na rádio desde 1985 e hoje é o colaborador mais antigo da redação ainda na ativa, resume dizendo que a “RFI é uma ilha brasileira na França”.
Acompanhe a série de Podcasts sobre os 40 anos da RFI Brasil
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro