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O Mundo Agora

Ron DeSantis acumula erros nas primárias republicanas e vira meme nos EUA

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Ron DeSantis, governador da Flórida e candidato presidencial pelo Partido Republicano americano, é um exemplo para todos que desejam entender como não se deve gerir uma campanha presidencial. Não se trata apenas de um candidato com um desempenho abaixo do esperado. No caso de DeSantis, chega a ser patética sua postura em relação a inúmeros temas de alta importância para os americanos. 

O governador Ron DeSantis, rival de Trump na primária republicana para a presidência dos EUA
O governador Ron DeSantis, rival de Trump na primária republicana para a presidência dos EUA AP - Jeff Roberson
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Thiago de Aragão, analista político

O lançamento oficial da campanha de DeSantis, em maio, pelo Twitter, foi recheado de falhas técnicas, a ponto de ninguém conseguir ver ou ouvir nada do que estava sendo falado. Comparado com o lançamento de outras campanhas presidenciais, a dele ficou registrada como uma das piores. 

No entanto, o pior ainda estava por vir. DeSantis lançou um novo programa escolar para as escolas da Flórida, que entre muitas coisas, ensinava que os negros americanos ”se beneficiaram da escravidão, pois aprenderam inúmeros talentos diferentes”. Isso levou a uma queda considerável no número de doadores para a campanha do republicano. 

Em um dos vídeos de campanha, desta vez com foco contra homossexuais, DeSantis aparece soltando raios laser pelos olhos contra homens musculosos e sem camisa. Além de patético, o vídeo foi criticado por inúmeros republicanos, tanto na Flórida como em outros estados americanos.

Ações controversas e postura ineficaz

Ron DeSantis demonstra claramente a sua incapacidade para a liderança presidencial com suas ações controversas e postura ineficaz. O desrespeito manifestado por ele em relação a importantes questões sociais e raciais, como evidenciado pelo conteúdo inaceitável do seu programa escolar, aliena um amplo espectro de potenciais eleitores e prejudica a sua reputação perante o eleitorado.

Além disso, a gestão ruim, desde as falhas técnicas no lançamento até a criação de vídeos ofensivos, indica uma falta de competência para gerir campanhas eficazes. Essas falhas, aliadas a uma postura que muitos consideram insultuosa e desrespeitosa, tornam DeSantis um candidato presidencial inviável.

Donald Trump, provável nome dos republicanos nas eleições presidenciais americanas de 2024, segue como uma liderança quase incontestável dentro do partido. DeSantis acreditou que, devido ao fato de Trump ser perdoado pelos republicanos a cada fala desastrada ou comportamento reprovável, teria o mesmo tratamento.

Vários candidatos republicanos, como Nikki Haley, por exemplo, tentam manter um comportamento ao menos normal em suas propostas e posicionamentos, na esperança de que, caso Trump derrote Joe Biden (o provável candidato democrata), um cargo interessante possa cair em seu colo.

 

Antimanual de campanha

No caso de DeSantis, cada bobagem dita (que choca até os republicanos) diminui consideravelmente a possibilidade dele ser um integrante chave no gabinete de Trump, caso esse eleito. Enquanto Trump é tratado como folclórico pelos seus adoradores, DeSantis gera um desconforto profundo. O seu comportamento pessoal tem se tornado meme e tem sido alvo de críticas constantes.

Em suma, a campanha de Ron DeSantis para a presidência é um verdadeiro manual de como não conduzir uma corrida eleitoral. Ao invés de utilizar sua plataforma para promover políticas produtivas e coesas, DeSantis optou por abordar questões sociais de maneira controversa e ofensiva, alienando potenciais apoiadores e manchando sua reputação.

Portanto, a menos que haja uma mudança significativa em sua abordagem, é improvável que ele seja considerado uma opção viável para a presidência.

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