Donald Trump “inaugura” foto judiciária histórica em passagem pela prisão
Nada de celebridades do cinema ou da música, nem nenhum membro da família real, a imagem mais comentada na manhã desta sexta-feira (25) é a já lendária foto judiciária do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, a primeira da história americana. Outro fato inédito: nunca um antigo presidente do país teve de pagar uma fiança para evitar ser preso.
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Cara fechada, sobrancelhas suspensas e olhar desafiador. É assim que o site de Le Parisien descreve a expressão de Trump no polêmico clichê tirado na quinta-feira (24), em sua breve passagem pela prisão de Atlanta. Depois de escapar de três acusações legais, o bilionário, desta vez acusado de ter tentado manipular o resultado da eleição presidencial de 2020, não conseguiu se livrar desse “close” constrangedor.
Imediatamente o “instantâneo” tirado pela polícia da capital do Estado da Geórgia ganhou a capa da imprensa americana e deu a volta ao mundo nas redes sociais, continua o diário da capital francesa.
Depois de pagar uma fiança de US$ 200 mil, o favorito das primárias republicanas para a eleição presidencial de 2024 deixou rapidamente a prisão em um comboio sob alta segurança.
O antigo inquilino da Casa Branca agora está fichado como qualquer cidadão processado pela Justiça: 1,90m, 98 kg, cabelos loiros. Número da matrícula? P01135809.
https://t.co/MlIKklPSJT pic.twitter.com/Mcbf2xozsY
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 25, 2023
Livre e desesperado
A foto viral também ilustra o site do jornal Le Monde, que destaca que existem milhões de fotos de Donald Trump, engraçado ou ridículo, solene ou absurdo, mas nada se compara a uma foto de identidade de réu.
O olhar do ex-presidente americano é direto, duro, desafiador. A luz artificial incide apenas no seu perfil esquerdo, detalha o jornal francês, que afirma que Trump partiu da prisão como havia chegado: livre e desesperado.
E a mesma imagem pode ser vista, mais uma vez, como destaque no site do Le Figaro, que descreve o que a foto não pôde registrar. Embora o promotor do condado de Fulton o tenha aconselhado a comparecer à prisão por volta das 3h da manhã, um horário mais tranquilo, o ex-presidente preferiu chegar ao final da tarde, para ter a certeza de que o acontecimento seria o principal assunto dos canais de televisão na noite de ontem, em horário nobre.
O ex-astro de reality shows agora transforma cada uma de suas aparições no tribunal em um circo midiático, uma forma de desacreditar as acusações, esconder a humilhação e se fazer de vítima para atrair doações de seus apoiadores, continua Le Figaro.
Cada visita ao tribunal é cuidadosamente coreografada, com câmeras o acompanhando desde sua descida do avião. Se o ex-presidente optou por ser preso “com orgulho”, como ele declarou no dia seguinte ao primeiro debate republicano, é também para chamar a atenção e roubar a cena de seus rivais.
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