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O Mundo Agora

Domínio de portos pela China prejudica estratégia de países ocidentais

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O domínio dos portos chineses vem prejudicando a estratégia de parte do ocidente para depender menos da China. Diversas empresas dos Estados Unidos e da Europa manifestaram a intenção de transferir parte de sua produção da China para a Índia e países do sudeste asiático, devido às crescentes tensões entre Washington e Pequim. Contudo, dados recentes apontam que essas regiões não possuem capacidade para competir com os chineses.

Bandeiras chinesas hasteadas no porto de Yangshan, em Xangai, em 13 de janeiro de 2022.
Bandeiras chinesas hasteadas no porto de Yangshan, em Xangai, em 13 de janeiro de 2022. REUTERS - ALY SONG
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Thiago de Aragão, analista político

De acordo com a ONU, atualmente 80% das mercadorias no mundo são transportadas por navio. No entanto, enquanto a China possui 76 terminais portuários capazes de acomodar grandes navios, países do sul e sudeste asiático têm apenas 31 dessas estruturas. 

Estima-se que os chineses tenham investido pelo menos US$ 40 bilhões entre 2016 e 2021 em infraestrutura portuária, o que resultou em uma capacidade de manejo de contêineres maior do que todos os países do sul e sudeste asiático juntos. Essa discrepância evidencia os desafios que empresas vão enfrentar ao tentar realocar suas cadeias de suprimentos para fora da China. Embora alguns países estejam buscando diversificar suas fontes de importação e reduzir a dependência, essa mudança será lenta e levará anos para se concretizar.

Títulos panda

Há um firme interesse do governo chinês em expandir ainda mais sua capacidade portuária. Não é à toa que o governo chinês decidiu lançar seus títulos panda (título da dívida soberana). O Banco da China (BOC), em conjunto com o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, sigla em inglês) emitiram 2,5 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 349,33 milhões) em títulos panda.

Esses títulos têm um prazo de vencimento de cinco anos e uma taxa de juros de cupom de 2,7%. Os recursos levantados por meio desta emissão serão direcionados para o apoio ao desenvolvimento de infraestrutura sustentável.

A peculiaridade deles é que são emitidos por entidades estrangeiras dentro da China continental. Os ativos pandas geralmente têm prazos mais curtos e pagam taxas de juros mais altas do que os títulos do governo chinês denominados em moeda local. Essa diferença ocorre porque os investidores estão assumindo um risco cambial ao investir em moeda estrangeira.

O AIIB lançou seu primeiro lote de títulos panda em 2020, levantando 3 bilhões de yuans desde então. 

Linhas de crédito para uma melhora na infraestrutura do país - incluindo no setor energético - serão mais comuns durante os próximos 12 meses do governo de Xi Jinping, reeleito em março para um terceiro mandato na presidência do país

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