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China usa Taiwan para aumentar pressão sobre governo Biden

O governo de Joe Biden começa a dar as caras em relação à China. A desconfiança do período pós-eleitoral e pré-posse em relação à intensidade no qual a nova administração pressionaria a China em diversos temas, começa a sumir. Já sabemos que Biden terá dois eixos principais de pressão em relação à China: direitos humanos e propriedade intelectual.

ltima semana, caças e bombardeiros da Força Aérea Chinesa executaram mais uma manobra (assim como na semana anterior, onde entraram no espaço aéreo taiwanês) de pressão e demonstração de poder na região. 
ltima semana, caças e bombardeiros da Força Aérea Chinesa executaram mais uma manobra (assim como na semana anterior, onde entraram no espaço aéreo taiwanês) de pressão e demonstração de poder na região.  - AFP/File
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Thiago de Aragão,de Washington

Por outro lado, está cada vez mais evidente que a China exercerá pressão nos Estados Unidos por meio de Taiwan e do Mar do Sul da China. Nessa última semana, caças e bombardeiros da Força Aérea Chinesa executaram mais uma manobra (assim como na semana anterior, onde entraram no espaço aéreo taiwanês) de pressão e demonstração de poder na região. 

A presença do porta-aviões americano Theodore Roosevelt na região causa insatisfação nos chineses há um bom tempo e, ao mesmo tempo, serve como um garantidor para Taiwan de que os Estados Unidos estão próximos, caso necessário. 

Nessa conjuntura, os chineses realizaram um treinamento no qual simularam um ataque aéreo nesse porta-aviões. Tudo ocorreu enquanto interceptações de rádio pelo lado americano, possibilitou que as mensagens fossem capturadas e o treinamento de ataque fosse acessado.

Essa manobra foi uma das mais graves dos últimos anos dos chineses em relação aos americanos. Por outro lado, corrobora a estratégia chinesa de aumentar a pressão americana em relação a Taiwan. Isso poderá levar a alguns cenários:`

1. A pressão da China fará com que a presença militar nos EUA aumente significativamente para poder fazer volume em relação aos chineses. Isso poderá levar a um jogo sem fim, onde os chineses, por sua vez, aumentariam também sua presença.`

2. Um diálogo entre os dois países poderiam levar a uma paralisia nas movimentações na região. Para isso, o aspecto diplomático seria crucial e, para que os chineses embarcassem em uma negociação, outros temas entrariam no cardápio, tais como arrefecimento em relação às acusações de direitos humanos e uma trégua na questão de sanções em cima de empresas chinesas. Improvável.

3. O acúmulo de presença militar dos dois países na região aumenta as possibilidades de erro tático. Ou seja, em exercício ou por meio de uma ordem mal dada, um ataque por acidente ocorra, desencadeando um conflito. Esse cenário é improvável, mas não impossível.

Dentro dessas possibilidades, a chance de acúmulo de forças militares dos dois países segue sendo o cenário mais provável, fazendo com que as tensões na região não cessem tão cedo.

* Thiago de Aragão é analista político e escreve suas crônicas às segundas-feiras.

 

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