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Brasil-Mundo

Produtores brasileiros de filmes se unem para se aproximar de Hollywood

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Uma delegação com representantes de 18 produtoras brasileiras do setor do audiovisual está em Los Angeles visitando e se reunindo com grandes nomes do cinema de Hollywood. A missão participa do AFM (American Film Market), um dos eventos mais importantes do mundo do setor do audiovisual destinado à aquisição, desenvolvimento e networking de filmes, que teve início na última terça-feira (1) e termina neste domingo (6). 

Um grupo de produtores de filmes brasileiros está em Los Angeles para participar do AFM - American Film Market.
Um grupo de produtores de filmes brasileiros está em Los Angeles para participar do AFM - American Film Market. © Cleide Klock/RFI
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Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles

A missão brasileira foi organizada pela Brazilian Content, programa que desde 2004 promove internacionalmente o conteúdo audiovisual brasileiro. Mais de US$ 1 bilhão em acordos são fechados todos os anos durante o evento.

Paulo Barcellos, CEO da O2, uma das maiores produtoras brasileiras, que já assinou filmes como "Cidade de Deus" (2002), "Marighella"(2019) e "Ensaio Sobre a Cegueira" (coprodutora, 2008) destaca a importância de aprender com as experiências de quem domina o setor, mas sempre relevando as diferenças culturais.

"A gente veio entender um pouco melhor como funciona o mercado americano. Muitos problemas que temos hoje, eles já resolveram há alguns anos. Entender a relação com as produções, como se organizam, quais são essas funções que eles têm aqui de pontes, agregadores, agentes, negociadores", disse. "Visitamos um monte de estúdios, existem diferenças culturais até na forma de filmar, como organizam os estúdios, os trailers que não são comuns no Brasil de ter na rua, como tem aqui. Até a maneira de não usar uma locação e preferir fazer no estúdio por custo. No Brasil é mais barato de um jeito, aqui é mais barato de outro".

Gustavo Gontijo, executivo de desenvolvimento da produtora, destaca que um dos objetivos da viagem é trazer o Brasil para Hollywood. "A gente tem talentos e projetos de uma qualidade que nem alguns gringos têm. Temos muita coisa que podemos trazer para cá e levar de volta, teremos tempos incríveis à frente".

Cerca de 30 produtores de filmes brasileiros estão em Los Angeles para participar do AFM - American Film Market, evento que termina neste domingo.
Cerca de 30 produtores de filmes brasileiros estão em Los Angeles para participar do AFM - American Film Market, evento que termina neste domingo. © Cleide Klock

A missão 

Essa é uma missão inovadora por ser um esforço coletivo: as maiores empresas do setor se reuniram para juntas abrirem portas para promover o Brasil como local de locação e de força de trabalho do mercado audiovisual Dentre as empresas participantes do chamado Roadshow São Paulo/Los Angeles está a Boutique Filmes, primeira produtora brasileira a produzir uma série para o serviço de streaming da Netflix ("3%").

"O que eu percebi aqui é que todo o setor, as plataformas, os estúdios, estão muito abertos às produções brasileiras. Eles entendem o Brasil como um mercado relevante, um mercado que eles precisam estar e ao mesmo tempo um mercado que pode exportar séries que podem ser assistidas globalmente. Isso eu tenho ouvido de maneira constante e eles estão de olho no que a gente está trazendo no desenvolvimento de novas séries", diz o produtor da Boutique Filmes, Gustavo Gomes de Mello.

Fernanda Martins assinou a produção-executiva da missão e organizou 13 encontros para os produtores, em estúdios tradicionais como Warner, Paramount e Sony, nas sedes de plataformas de streaming (Amazon, Netflix, HBO), em companhias de animação e de realidade virtual, além de agências de talentos. Os produtores relatam que, após as visitas, já há potenciais parcerias à vista para aquecer essa via de mão dupla.

Incentivo para quem for a São Paulo

A iniciativa da missão foi patrocinada pela Spcine, empresa de cinema e audiovisual da cidade de São Paulo que criou o Programa de Atração de Filmagens à Cidade e ao Estado. O Cash Rebate, como é chamado, é um incentivo fiscal para atrair produções cinematográficas estrangeiras ou nacionais de grande alcance internacional.

De acordo com o diretor de investimentos da Spcine, Luiz Francisco Vasco de Toledo, muitas empresas brasileiras negociam com o mercado internacional, sobretudo com o europeu, a distribuição e a venda, e tem prestado um serviço de produção para os principais estúdios americanos. Mas, o trânsito é menor quando o assunto é exportar produto audiovisual com propriedade intelectual brasileira.

"O Roadshow tem como principal objetivo essa aproximação entre as produtoras brasileiras com os principais nomes americanos do setor. Obviamente, tendo o cash rebate da cidade de São Paulo como um dos veículos que promove uma maior interlocução: o cash rebate oferecido pode ser uma contrapartida de produção e de coprodução para as produtoras brasileiras oferecerem para as produtoras americanas".

Neste sábado, no final da missão, os produtores participam da abertura do Los Angeles Brazilian Film (LABRFF), que acontece pela primeira vez de forma presencial após a pandemia de forma presencial. O festival brasiliero apresenta o filme “Eduardo e Mônica”, de René Sampaio, na noite de abertura.

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