Acessar o conteúdo principal
Brasil-Mundo

Marielle Franco recebe homenagens na Itália e Suíça três anos após assassinato

Publicado em:

Com o passar do tempo, o nome de Marielle Franco ganha cada vez mais força fora do Brasil. Exatos três anos após o assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018, Marielle é lembrada na Itália, onde dará nome ao terraço de uma biblioteca, e na Suíça, que terá mais um ato em sua memória. Três anos já se passaram, mas os mandantes do crime ainda não foram identificados. 

Debaixo de chuva, brasileiros protestaram em 2019 em frente à ONU, em Genebra, pedindo justiça por Marielle.
Debaixo de chuva, brasileiros protestaram em 2019 em frente à ONU, em Genebra, pedindo justiça por Marielle. © Divulgação
Publicidade

Valéria Maniero, correspondente da RFI na Suíça

A RFI conversou com a professora Ana Luiza Oliveira de Souza, fundadora da Casa do Brasil em Florença, instituição que promove a língua portuguesa e a cultura brasileira na região da Toscana. Foi a Casa do Brasil que pediu à prefeitura local que o nome de Marielle Franco fosse dado a algum lugar da cidade.

“Nós mandamos uma carta para a Prefeitura de Florença junto com o sindicato aqui da cidade, o CGIL de Florença. Entramos em contato com esse sindicato porque sabíamos da ligação que eles tinham com o Brasil. Era março de 2019. Naquela ocasião, a prefeitura buscava nomes de mulheres para poder nomear praças, ruas e outros lugares da cidade”, diz Ana Luiza, explicando como tudo começou.

Dois anos depois daquele pedido, um espaço dedicado a Marielle, que já é homenageada com um jardim em Paris, na França, será inaugurado em Florença, na Itália.

 “É um espaço maravilhoso. O terraço que terá o nome da Marielle Franco é o da Biblioteca delle Oblate, uma biblioteca municipal. Florença tem várias bibliotecas e as mais importantes são a Nacional e a Municipal. E essa tem seu terraço com uma vista magnífica para a cúpula da Catedral de Florença, Santa Maria del Fiore, a cúpula de Brunelleschi. É um símbolo mesmo ter o nome de uma brasileira que lutava pelos direitos humanos, ter o nome de Marielle Franco no terraço da Biblioteca delle Oblate, que é um símbolo da cidade”.

 

Terraço da biblioteca municipal de Florença (Biblioteca delle Oblate) que levará o nome de Marielle Franco.
Terraço da biblioteca municipal de Florença (Biblioteca delle Oblate) que levará o nome de Marielle Franco. © Divulgação

 

A professora conta que há sempre pelo terraço muitos jovens lendo, tomando café. “É muito, muito bonito e muito simbólico como espaço para ser doado a Marielle Franco”.

A inauguração do espaço, com direito a placa com o nome da vereadora, seguido pelos anos de nascimento e morte e a inscrição “ativista pelos direitos humanos”, em italiano, irá ocorrer nesta segunda-feira (15), às 11h pelo horário local. Representantes da cidade de Florença, da Casa do Brasil e do sindicato, assim como a cônsul honorária do Brasil em Florença, devem estar presentes.   

Quem mandou matar Marielle?

Já na Suíça, é um ato em frente à ONU que vai marcar os três anos do assassinato da vereadora. O evento é organizado pela ativista de direitos humanos Angela Wiebusch de Faria, que representa o comitê Internacional Lula Livre de Genebra. 

A ativista pelos Direitos Humanos Angela Wiebusch de Faria organiza o quarto ato em memória de Marielle Franco em Genebra, na Suíça.
A ativista pelos Direitos Humanos Angela Wiebusch de Faria organiza o quarto ato em memória de Marielle Franco em Genebra, na Suíça. © Divulgação

“O comitê vai realizar um ato simbólico em memória de Marielle Franco, que foi assassinada brutalmente três anos atrás na cidade do Rio de Janeiro. Esse ato tem um significado muito grande para manter viva a memória e o legado dela”, explicou Angela Wiebusch de Faria à RFI.

 “Nós estaremos hoje [domingo], às 15h, em frente à ONU, na Praça das Nações Unidas, nosso tradicional ponto de manifestações e de encontros. Seguimos na denúncia e pedindo justiça por Marielle, porque até o momento esse crime não foi elucidado. Quem mandou matar Marielle? Seguimos com Marielle Presente”, diz.

Por já ser a quarta manifestação realizada em Genebra desde 2018, quando Marielle foi morta no Brasil, a RFI perguntou à ativista por que ela considera importante esse tipo de mobilização.

“Foi um crime político que chocou o mundo. Então, enquanto não houver justiça por Marielle, nós não vamos parar de nos manifestar. Essa é a nossa mensagem. Essse crime também está sendo, em nível internacional, acompanhado por uma relatora especial da ONU. Ainda está impune, mas deve ser esclarecido o mais rápido possível para se fazer justiça para a família e pela memória em si de Marielle”, afirma.

Placa com nome de Marielle Franco será colocada no terraço de biblioteca municipal de Florença, na Itália.
Placa com nome de Marielle Franco será colocada no terraço de biblioteca municipal de Florença, na Itália. © Divulgação

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.