Na semana do Natal, revistas francesas fazem retrospectiva sobre região sagrada para três religiões
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As revistas francesas desta semana voltam a tratar do conflito entre Israel e o grupo Hamas, mas desta vez apresentando uma retrospectiva da “Terra Santa”. Com o Natal, os olhares se voltam especialmente para Jerusalém, cidade sagrada para cristãos, judeus e para os muçulmanos, e que concentra templos, monumentos e locais históricos de extrema importância para as três religiões.
A revista L’Express traz na capa a reportagem “Jerusalém, três mil anos de paixões”, em que destaca a história da cidade, totalmente ligada à religião, e os problemas enfrentados por ela.
Entrevistado pela publicação, o autor de “Jerusalém, uma biografia”, Simon Sebag Montefiori, afirma que a cidade é “por vezes casa de um único Deus, a capital de dois povos e o templo de três religiões”. Para ele, a paz no Oriente Médio não será conquistada se não houver um denominador comum entre judeus, muçulmanos e cristãos.
Aujourd’hui, plus que jamais, alors que la guerre entre Israël et le Hamas fait rage, Jérusalem demeure la clé géopolitique de la région.
— L'Express (@LEXPRESS) December 20, 2023
L'Express consacre son numéro spécial de fin d’année à la ville de toutes le passions et de tous les enjeux ⬇️
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O autor relembra ainda que no planejamento das Nações Unidas, em 1947, Jerusalém deveria ser colocada sob a tutela especial da ONU, após disputas entre a Jordânia e Israel pelo território, o que não aconteceu. Depois, em 1994, a Cidade Velha foi dividida com Yasser Arafat, tendo os palestinos recebido áreas significativas, apesar de o Muro das Lamentações ter permanecido com os israelenses. Atualmente, Israel administra a totalidade da localidade, considerada sua capital nacional.
Apenas com este pequeno resumo da história de Jerusalém fica evidente que a cidade é um ponto chave para se compreender os conflitos nesta região do Oriente Médio e as dificuldades de se chegar à uma solução que agrade todos os lados. Para Montefiori, além disso, “a competição das religiões e a rivalidade [dos povos] em morrer por Jerusalém só reforça o seu prestígio sagrado”.
A reportagem destaca ainda que até o trabalho de arqueólogos na região é prejudicado por esta guerra santa. Com as inúmeras disputas pelo território, cada centímetro de terra, onde se escondem traços do passado, pode ser usado como pretexto para comprovar raízes e legitimar um ou outro povo.
Terra prometida
A revista L’Obs também dedica sua reportagem de capa à uma retrospectiva sobre a chamada “Terra prometida”. O semanário relembra os quase três mil anos de uma história “violenta, trágica e fascinante” desta região em 33 datas marcantes.
🗞️ Cette semaine dans @lobs 🗞️
— L'Obs (@lobs) December 20, 2023
ISRAËL-PALESTINE
👉 La tragique histoire d'une terre promise qui s'étend sur près de trois mille ans. @lobs la raconte en trente dates clés https://t.co/3gTxOc0R53
POP CULTURE
👉 Le phénomène @taylorswift13
🗞️ jeudi en kiosque, pendant 15 jours pic.twitter.com/gU5GIoZs8T
Entre os fatos históricos, a revista traça um panorama desde o reinado de Davi, a presença de Jesus de Nazaré, a revolta judaica e as Cruzadas até as revoluções e conflitos mais recentes, como a Intifada, a criação do estado judeu, o assassinato de Yitzhak Rabin, o crescimento do Hamas e, evidentemente, os ataques de 7 de outubro.
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