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Israel e Hamas prorrogam trégua; ataque em Jerusalém deixa mortos e feridos

A trégua entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas foi prorrogada no último minuto nesta quinta-feira (30), pelo sétimo dia, quando também deve ocorrer a liberação de novos reféns em troca da libertação de prisioneiros palestinos. A manhã ainda foi marcada por um ataque armado realizado por dois “terroristas” contra uma estação de ônibus em Jerusalém, em que três pessoas morreram e seis ficaram feridas, três delas gravemente, informou a polícia israelense. Os agressores foram mortos.

Polícia israelense e equipes de emergência no local do ataque em Jerusalém, nesta quinta-feira, 30 de novembro de 2023.
Polícia israelense e equipes de emergência no local do ataque em Jerusalém, nesta quinta-feira, 30 de novembro de 2023. AP - Ohad Zwigenberg
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A trégua entrou em vigor em 24 de novembro, após sete semanas de bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, realizados em retaliação ao ataque sangrento sem precedentes do Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, lançado a partir do território palestino. Cerca de 240 pessoas foram feitas reféns durante este ataque e levadas para a Faixa de Gaza, de acordo com informações de Israel.

Poucos minutos antes de a trégua expirar, nesta quinta-feira às 5h GMT (2h pelo horário de Brasília), o exército israelense anunciou na rede social X que “a pausa operacional vai ser mantida em resposta aos esforços dos mediadores para dar continuidade ao processo de libertação das pessoas sequestradas", após uma sexta troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos durante a noite.

“Pelos termos do acordo, Israel recebeu recentemente uma lista [de nomes] de mulheres e crianças”, afirmou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro pouco depois, sem especificar o número de reféns a serem libertados.

O Hamas também anunciou que a trégua continuaria por um “sétimo dia”, o que foi posteriormente confirmado pelo Qatar, principal mediador com o apoio dos Estados Unidos e do Egito.

Ajuda humanitária

A trégua, que entrou em vigor na sexta-feira (24) por, a princípio, quatro dias e depois foi prorrogada por dois, já permitiu a libertação de 70 reféns israelenses e 210 prisioneiros palestinos.

Além disso, cerca de 30 estrangeiros ou cidadãos com dupla nacionalidade, em sua maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram libertados fora do âmbito deste acordo. O avião que transportava 17 ex-reféns tailandeses libertados pelo Hamas já pousou em Bangkok, no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, informou o Ministério das Relações Exteriores da Tailândia. Nove cidadãos tailandeses ainda estão nas mãos do grupo islâmico palestino na Faixa de Gaza.

A trégua permitiu ainda a entrada de centenas de caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, sitiada e devastada pelos bombardeamentos israelenses.

Ahed Tamimi, ao lado de sua mãe, ao chegar a Ramallah, Cisjordânia, após sua libertação, em 29 de novembro de 2023.
Ahed Tamimi, ao lado de sua mãe, ao chegar a Ramallah, Cisjordânia, após sua libertação, em 29 de novembro de 2023. AP - Nasser Nasser

Blinken na Cisjordânia

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, chegou na manhã desta quinta-feira a Israel, onde deverá se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para pressionar por uma prorrogação da trégua, antes de ir para a Cisjordânia ocupada.

“Nos próximos dias, estaremos concentrados em fazer o que pudermos para prolongar a pausa, para que possamos continuar a retirar mais reféns e a receber mais ajuda”, declarou ele, na quarta-feira (29), à margem de uma reunião da Otan em Bruxelas.

A sexta troca de prisioneiros palestinos por reféns do Hamas ocorreu durante a noite de quarta para quinta-feira. Dez reféns israelenses, incluindo cinco com dupla nacionalidade (um holandês, três alemães e um americano), assim como dois russos e quatro tailandeses, foram entregues pelo Hamas ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), antes de serem levados para Israel.

Em troca, 30 palestinos (16 menores e 14 mulheres), detidos em diversas prisões israelenses, foram posteriormente libertados. Entre os libertados está Ahed Tamimi, um ativista de 22 anos, ícone da luta contra a ocupação israelense. Ela foi presa em 6 de novembro por uma postagem no Instagram que, afirmam fontes israelenses, pedia o massacre de israelenses e fazia referência a Hitler.

Sua mãe, Narimane, cujo marido também foi preso, alega que Ahed não seria a autora desta publicação, uma vez que suas contas nas redes sociais foram sistematicamente bloqueadas por Israel.

Confrontos

Os prisioneiros libertados foram recebidos com alegria na Cisjordânia. Mas confrontos entre palestinos e forças de segurança israelenses eclodiram fora da prisão de Ofer, perto de Ramallah. De acordo com o Crescente Vermelho Palestino, cinco pessoas ficaram feridas, incluindo uma gravemente, por munições reais.

Desde o início do conflito, 14.854 pessoas, incluindo 6.150 menores, foram mortas em ataques israelenses, aponta o Hamas. Estimativas da ONU apontam que 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra e mais da metade das casas foram danificadas ou destruídas.

(Com informações da AFP)

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