Após um ano de conflito, futuro da guerra na Ucrânia é incerto, mas destino do país é decisivo para Europa
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As revistas francesas desta semana especulam sobre o desdobramento da guerra na Ucrânia. A invasão do país pela Rússia completa um ano em 24 de fevereiro. De acordo com as publicações, o destino da Europa depende do futuro de Kiev.
"O pior ainda está por vir?", pergunta a revista Le Point. Especialistas entrevistados pela publicação traçam oito cenários possíveis para o segundo ano da ofensiva.
O primeiro seria o de uma vitória russa, com Putin atingindo seus objetivos, que não são claros, de acordo com a revista.
A segunda possibilidade seria uma vitória da Ucrânia, com a reconquista de seu território, incluindo a Crimeia. Mas, para isso, o país depende totalmente da ajuda estrangeira, já que não poderia alcançar o objetivo com seus próprios meios militares, segundo o Estado-maior americano, citado na reportagem.
O terceiro cenário seria o de um bloqueio, sem que Moscou e Kiev chegassem a um acordo, e o quinto, a Europa desistir do apoio a Kiev. Ainda que por ora este último pareça pouco provável, o apoio militar à Ucrânia custa caro para os cofres dos países europeus, por isso, uma mudança não é impossível.
Outro aliado que poderia abandonar a Ucrânia, de acordo com as análises da Le Point, seriam os Estados Unidos, por falta de apoio do Congresso.
Mas a revista também vislumbra um outro destino para o conflito, em que a ajuda internacional à Ucrânia se intensifica, atendendo aos pedidos do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Um cenário em que a Rússia desestabilizaria o Ocidente também é previsto. "Seria necessário apenas que Moscou utilizasse os piores métodos do tempo da Guerra Fria", afirma Le Point.
Por fim, o último e pior dos cenários, é que o conflito se alastre por todo o planeta. Possibilidade temida pela ONU, principalmente quando a Otan mobiliza suas tropas em apoio aos países bálticos ou à Romênia.
Ucrânia como barreira para Europa
De acordo com a L’Express, "permitir a este país tão corajoso recuperar sua soberania é fundamental para o futuro da Europa". Para a publicação, criticar Zelensky por "exagerar" ao pedir ajudas e enfrentar os russos" é esquecer que a Ucrânia tem um papel de barreira. Que o país nos protege fisicamente, e defende os valores da Europa diante do mundo sombrio autocrático de Putin".
Já a L’Obs compara a guerra na Ucrânia com as duas guerras mundiais, e afirma que não havíamos conhecido um conflito desta dimensão desde a capitulação do III Reich, em 1945. A revista afirma que o futuro da guerra é incerto, com soluções definitivas praticamente impossíveis.
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