Em visita à Ucrânia, chanceler de Israel quebra neutralidade e declara apoio do Estado judeu a Kiev
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, chegou a Kiev nesta quinta-feira (16) para participar da reabertura da embaixada israelense na capital ucraniana. Cohen também se encontra com o presidente Volodymyr Zelensky. Na primeira visita de uma autoridade israelense à Ucrânia desde a invasão russa, há quase um ano, o chanceler afirmou pelo Twitter que "Israel está do lado dos ucranianos nesses tempos difíceis".
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Sobre a reabertura da embaixada, Cohen disse que Israel quer reforçar as relações com a Ucrânia, o que indica uma certa inflexão da neutralidade mantida até agora. A fim de preservar relações privilegiadas com Moscou, o governo de Israel vinha procurando se manter neutro no conflito, sem oferecer armas a Kiev.
Israel acolhe em seu território cerca de um milhão de russos, provenientes da ex-União Soviética, e considerou que era melhor ficar neutro no conflito pela presença de soldados russos na vizinha Síria. Porém, no início do mês, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que avaliava oferecer ajuda militar à Ucrânia, apesar das ameaças de represálias do Kremlin.
Israel "permanece comprometido com a soberania e a integridade territorial" da Ucrânia, disse o chefe de diplomacia israelense. "Israel se opõe fortemente ao assassinato de civis inocentes", disse o ministro do Estado judeu durante uma coletiva de imprensa com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kouleba, depois de visitar a cidade de Butcha, perto de Kiev.
"Histórias de atrocidades"
Assim que desembarcou na Ucrânia, o chanceler israelense visitou Butcha, subúrbio onde soldados russos foram acusados de cometer execuções sumárias de civis ucranianos. Eli Cohen disse que não era possível ficar indiferente às duras imagens e histórias de atrocidades que ouviu no local. "Israel condena qualquer ataque intencional a pessoas inocentes", escreveu o ministro no Twitter.
Ele também prestou uma homenagem no memorial Babi Yar, em Kiev, um local que contém os restos mortais de quase 34 mil judeus massacrados em 1941, enquanto a cidade estava sob ocupação nazista.
Durante a madrugada, novos ataques com mísseis e drones atingiram as regiões norte e oeste da Ucrânia. Segundo a presidência do país, as explosões destruíram habitações e mataram ao menos uma mulher de 79 anos.
A força aérea ucraniana conseguiu abater 16 dos 32 mísseis lançados pela Rússia a partir de aviões e de um navio no Mar Negro.
(Com informações da AFP)
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