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A Semana na Imprensa

Por que preferência de Macron por enfrentar Marine Le Pen se tornou uma estratégia arriscada?

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A revista L’Obs desta semana traz uma reportagem com o título: “Marine Le Pen, a melhor inimiga de Macron”. De acordo com o texto, o presidente da França, cujo programa de governo diverge totalmente daquele proposto pela candidata do partido de extrema direita Reunião Nacional, “sempre quis participar de um novo duelo contra ela". Mas a publicação avalia que agora essa é "uma estratégia arriscada”.

O segundo turno da eleição presidencial francesa acontece no dia 24 de abril entre Marine Le Pen (RN) e Emmanuel Macron (LREM)
O segundo turno da eleição presidencial francesa acontece no dia 24 de abril entre Marine Le Pen (RN) e Emmanuel Macron (LREM) © AFP
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Para a revista francesa, “os macronistas têm dificuldade de enxergar a classificação de Le Pen para o segundo turno da eleição presidencial como uma má notícia. Pois, para muitos, isso sempre foi sinônimo de uma vitória certa”.  

A principal diferença, agora, é a banalização dos extremos. “Eu quase não ouvi dizer que ela é de extrema direita”, questionou o presidente Macron a um grupo de jornalistas que cobriam seu deslocamento a uma estação balneária da Charente-Maritime, no oeste da França. “Há 20 anos, a mídia dizia ‘é terrível’, mas não existe mais esta reação”, lamentou. “O mundo político-midiático mudou, as pessoas banalizaram a extrema direita. Eu não”, completou o candidato à reeleição.

Se tanto Marine Le Pen quanto Emmanuel Macron ganharam espaço com a queda da esquerda e da direita na França, a batalha agora acontece na dualidade entre “os progressistas e os nacionalistas”, analisa a L’Obs.   

Quem promete economizar mais?

Já a revista Le Point compara os programas dos dois candidatos. Enquanto o de Emmanuel Macron “visa o surgimento de uma soberania europeia, concebida como um trampolim para a independência francesa frente à gigantes como China e Estados Unidos”, o programa de Marine Le Pen “põe toda a atenção sobre a soberania nacional”, mesmo que ela tenha evitado, nos últimos tempos, a ideia antes defendida do “Frexit”, ou seja, a saída da França da União Europeia.

No campo econômico, a revista destaca que enquanto a estratégia Macron traria uma economia real de € 13 bilhões aos cofres públicos, de acordo com os cálculos do Instituto Montaigne, citado pela reportagem, a candidata do partido Reunião Nacional “manteve as bases de um programa fundamentalmente anti-imigração, com a promessa de uma economia de € 18 bilhões por ano às finanças públicas”.

Na plataforma Le Pen, alguns benefícios sociais seriam reservados apenas aos franceses. Le Point analisa, contudo, que a promessa de redução de impostos sobre combustíveis e a supressão de outras taxas para aumentar o poder aquisitivo da população, medidas prometidas por Le Pen, podem criar um “déficit na ordem de 1,8 a 2,5 pontos do PIB, em cinco anos”.

A hora do debate

A revista L’ Express, por sua vez, põe em evidência a importância do debate entre os dois candidatos, previsto para o dia 20 de abril, apresentado como determinante para Marine Le Pen sonhar com uma vitória no segundo turno. “Agressiva na forma, mas confusa no conteúdo, o debate de 2017 apontou as fraquezas da candidata de extrema-direita”, afirma a publicação, lembrando do duelo entre os dois candidatos na última eleição presidencial, em que a candidata foi apontada como a grande perdedora. 

Desta vez, a equipe de Le Pen promete uma mudança de atitude. Ela deverá falar mais de seu programa, em vez de atacar o adversário. Para os seus apoiadores, “após uma performance tão ruim, há cinco anos, o contraste será uma vantagem para Le Pen”, resume a revista.

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