Macron e Le Pen vão para o segundo turno da eleição presidencial na França
Emmanuel Macron, do partido República em Marcha, e a líder da extrema direita, Marine Le Pen, disputarão o segundo turno da eleição presidencial francesa, de acordo com os resultados divulgados na noite deste domingo (10). O presidente já havia enfrentado a chefe do partido Reunião Nacional na reta final em 2017, quando foi eleito pela primeira vez.
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Macron conquistou mais de 28% dos votos, e Le Pen obteve mais de 23%.
O terceiro lugar ficou com o chefe da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, com mais de 20% dos votos, seguido do outro candidato da extrema direita, Eric Zemmour, com cerca de 7%. O ecologista Yannick Jadot reuniu entre 4,4% e 5% e Valérie Pécresse, da direita tradicional, veio logo depois, acumulando entre 4,3% e 5% dos votos.
Desde o início da campanha, o chefe de Estado era considerado favorito para sua reeleição, seguido por Marine Le Pen. Mas a líder da extrema direita conseguiu diminuir a diferença das pesquisas de intenção de voto nas últimas semanas.
O início da ofensiva russa na Ucrânia em 24 de fevereiro ofuscou a campanha eleitoral francesa, mas o impacto da guerra nos preços, principalmente no setor da energia, deu novo fôlego à corrida eleitoral, reforçando as críticas da população sobre a queda do poder aquisitivo.
Macron praticamente não fez campanha e participou de apenas um grande comício, apostando em seu balanço nos últimos cinco anos. O chefe de Estado também se beneficiou de seu protagonismo no âmbito europeu, já que a França está à frente da presidência rotativa da União Europeia.
Já Marine Le Pen, que tradicionalmente tinha na luta contra a imigração sua principal bandeira, se apresentou nesta campanha principalmente como uma defensora do poder aquisitivo e das classes populares.
Mesmo assim, seu programa internacional gera temores. Le Pen propõe, entre outras coisas, abandonar o comando da Otan, órgão da Aliança Atlântica que determina a estratégia militar. Sua eleição representaria ainda um novo revés para a União Europeia (UE), após a reeleição do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.
Dos dez candidatos restantes, o esquerdista Jean-Luc Mélenchon era o único com alguma chance de impedir um repeteco da eleição de 2017, quando Macron enfrentou Le Pen. O chefe da França Insubmissa fez um apelo pelo voto útil, tentando reunir os eleitores de uma esquerda pulverizada, mas não conseguiu ir muito além dos 20%.
Logo após a divulgação dos primeiros resultados, os candidatos de direita, ecologista e comunista pediram que seus eleitores se unissem contra Marine Le Pen e votassem em Macron. Mélenchon encoraja seus eleitores a "não votarem em Le Pen", ao contrário de Zemmour que apoia a candidata de extrema direita.
Taxas de abstenção
Quase 49 milhões de eleitores foram convocados para participar do pleito neste domingo. Mas como o voto não é obrigatório e as pesquisas vinham mostrando um desinteresse da população pela eleição, a taxa de abstenção era uma das grandes incógnitas.
Segundo as primeiras estimativas, entre 25% e 26,5% não votaram neste primeiro turno. A taxa é superior aos 22,23% de 2017, mas não atingiu o recorde de 28,4% de 2002.
O segundo turno da eleição presidencial francesa acontece em 24 de abril.
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