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A Semana na Imprensa

Pandemia esvazia museus e provoca queda de 80% nas visitas à Torre Eiffel

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A revista francesa Paris Match se interessa em sua edição desta semana pelo impacto da pandemia de Covid-19 na vida cultural francesa. A publicação relata as consequências da ausência de turistas nos grandes museus e a queda brutal no número de visitantes em alguns dos principais monumentos do país.

Os grandes museus parisienses, entre eles o Louvre (foto) dependem dos turistas estrangeiros, ausentes atualmente por causa da pandemia.
Os grandes museus parisienses, entre eles o Louvre (foto) dependem dos turistas estrangeiros, ausentes atualmente por causa da pandemia. © Reprodução / Paris Match
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Paris Match começa sua reportagem descrevendo uma cena rara: a imagem da esplanada diante da Pirâmide do Louvre praticamente vazia. O local, geralmente lotado de visitantes que fazem fila para entrar no museu mais frequentado do mundo, está quase deserto.

A principal razão, explica o texto, é a ausência de turistas estrangeiros, afugentados da capital francesa por causa da pandemia de Covid-19. Uma situação que começa a pesar no orçamento da instituição. Segundo Sébastien Allard, diretor do departamento de pinturas do museu, entrevistado pela revista, os turistas representam mais de 70% do público que passeia pelos corredores que expõem a coleção permanente do Louvre. E a ausência desses visitantes vai ter um impacto direto na bilheteria, com repercussão inevitável nos gastos com aquisições, mas também com as restaurações das obras de arte.

A situação não é diferente em instituições vizinhas, explica a reportagem. “O museu d’Orsay e o Centro Pompidou vêm registrando, em média, 30% da frequentação habitual”. Já o Palais de Tokyo, referência em arte contemporânea, mas que também privatiza alguns de seus espaços para eventos, começou, diante da falta de turistas, a fretar ônibus para atrair visitantes vindos das periferias da capital.

Ainda de acordo com Paris Match, as instituições menores, mais especializadas, foram menos afetadas, pois atraem um público de iniciados, que continuam frequentando museus como o de Arte Moderna da capital ou o Museu de Belas Artes de Lyon. Além disso, a revista explica que as exposições previstas para os próximos anos foram mantidas no programa. Mas isso apenas porque contam com o apoio do Estado para funcionar. A reportagem não aborda a situação dos museus privados, como a Fundação Louis Vuitton, que exibe atualmente uma retrospectiva sobre o trabalho de Cindy Sherman.

Dama de ferro vazia

O mesmo fenômeno é sentido em alguns monumentos, como a Torre Eiffel, reaberta em junho depois da quarentena. De acordo com Isabelle Esnous, diretora de comunicação da empresa que administra a “dama de ferro”, houve uma queda de pelo menos 80% nas visitas com relação a 2019. Segundo ela, entre 80% e 85% dos frequentadores são estrangeiros.

Além da queda no número de turistas, os gestores da torre lembram que as medidas sanitárias impostas pelo governo para conter a propagação da Covid-19 têm um impacto direto na atividade. Afinal, a distanciação social os obriga a acolher nos elevadores que permitem subir até o topo do monumento apenas metade da capacidade de transporte habitual. Além disso, o toque de recolher desanima os que sonham em ver Paris do alto durante a noite, em uma torre iluminada e que, normalmente, funciona até meia-noite nos fins de semana.

Os administradores tentam agora atrair uma clientela local, organizando, entre outras coisas, atividades específicas para crianças. Além disso, a empresa gestora aproveita esse período para retocar a pintura do monumento e fazer reparações técnicas ou estéticas mais difíceis quando a torre tem sua frequentação normal.

A Torre Eiffel, que podia receber até 25 mil pessoas por dia, acolhe atualmente apenas 2.500 visitantes diários, detalha Paris Match.

 

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