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Autor do ataque com faca em Sydney é australiano de 40 anos; pista terrorista é descartada

A polícia australiana revelou neste domingo (14) a identidade do autor de um ataque com faca que deixou seis mortos e vários feridos em um centro comercial de Sydney na véspera. Os investigadores também anunciaram que, até o momento, não foi encontrado nenhum elemento indicando que o ato tenha sido motivado por terrorismo.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese (quarto da esquerda para a direita), depositou flores neste domingo (14) em um memorial às vítimas perto do centro comercial Westfield Bondi Junction, em Sydney, palco de um ataque com faca na véspera.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese (quarto da esquerda para a direita), depositou flores neste domingo (14) em um memorial às vítimas perto do centro comercial Westfield Bondi Junction, em Sydney, palco de um ataque com faca na véspera. © AFP - DAVID GRAY
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Segundo a polícia do Estado de Nova Gales do Sul, o ataque foi perpetrado por Joel Cauchi, um homem australiano de 40 anos que desde a adolescência sofria de uma doença mental. O agressor foi morto pela policial Amy Scott, a primeira a chegar à cena do crime, o centro comercial Westfield Bondi Junction, na tarde de sábado (13).

“Até agora, não dispomos de nenhum elemento, nenhuma informação, nenhuma prova ou nenhum indício que sugira que o ataque tenha uma motivação particular, de uma ideologia ou outro”, explicou comissário-adjunto da polícia de Nova Gales do Sul, Anthony Cooke.

No entanto, "sabemos que o agressor sofria de problemas de saúde mental", reiterou. Cauchi, originário do Estado de Queensland, no nordeste da Austrália, já era conhecido pelas autoridades por incidentes relacionados à sua saúde mental, que declinou nos últimos anos, indicou a polícia, mas nunca havia sido preso. 

Desempregado, o homem não era casado, nem tinha filhos, e há meses havia adotado um estilo de vida itinerante, vivendo em um veículo e se mudando frequentemente de cidade até chegar a Sydney, em março. A polícia também indicou que o homem enviava mensagens à mãe para avisar onde estava.

Cauchi era membro de vários grupos do Facebook relacionados a atividades sociais e na última semana deixou uma mensagem em uma das comunidades procurando companhia para surfar. Em um depósito alugado por ele em Sydney, a polícia encontrou vários pertences, como uma prancha de bodyboard.

Em comunicado, a família de Cauchi se diz "absolutamente devastada" com a tragédia no centro comercial. O texto presta solidariedade às vítimas, seus parentes e amigos e classifica o ato do agressor como "verdadeiramente horrível".

"Ainda estamos tentando compreender o que aconteceu. Ele [Joel Cauchi] lutou contra problemas mentais desde que era adolescente", diz o comunicado. Sobre a policial que neutralizou o agressor, o texto afirma: "ela estava apenas fazendo seu trabalho para proteger as pessoas e esperamos que ela esteja bem".

Seis mortos e 12 feridos no hospital

O ataque deixou seis mortos e vários feridos, dos quais 12 seguem hospitalizados. Entre eles está um bebê de nove meses. A mãe da criança, Ashlee Good, de 38 anos, também foi alvo da agressão e não resistiu aos ferimentos. 

Entre os mortos, há outras quatro mulheres: as australianas Dawn Singleton, de 25 anos, e Jade Young, de 47 anos, a georgiana Pikria Darchia, de 55 anos, e uma quarta ainda não identificada. O único homem que morreu na agressão é o paquistanês Faraz Ahmed Tahir, de 30 anos, em seu primeiro dia como segurança no Westfield Bondi Junction. Segundo a imprensa local, ele chegou à Austrália por meio de um programa da ONU de acolhimento de refugiados.  

O ataque provoca uma forte comoção no país. Dezenas de pessoas realizaram uma vigília diante do centro comercial neste domingo. Os arredores do local foram invadidos por flores, velas e cartazes em homenagem às vítimas.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese saudou a bravura dos frequentadores do Westfield Bondi Junction, que se ajudaram durante o incidente, e da policial Amy Scott, que enfrentou sozinha e matou o agressor. "Ela é certamente uma heroína. Sem dúvidas, salvou vidas", disse o premiê.

O rei Charles III da Inglaterra, chefe de Estado da Austrália, disse em comunicado que estava "horrorizado" com o ataque "sem sentido". O papa Francisco afirmou estar "profundamente triste" com as violências e declarou estar rezando pelos mortos, os feridos e as pessoas que trabalharam no socorro às vítimas.

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