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Navio com comida parte do Chipre para Gaza abrindo corredor marítimo de ajuda humanitária

O navio da ONG espanhola Open Arms, transportando alimentos a serem distribuídos em Gaza pela ONG do chef de cozinha hispano-americano José Andrés, da World Central Kitchen, partiu na manhã desta terça-feira (12) de Larnaca, no Chipre, em direção ao Oriente Médio. A viagem de 370 quilômetros deverá levar dois dias. 

Navio foi carregado no Chipre e partiu em direção a Gaza, levando ajuda humanitária para os palestinos. Foto tirada em 10/03/2024.
Navio foi carregado no Chipre e partiu em direção a Gaza, levando ajuda humanitária para os palestinos. Foto tirada em 10/03/2024. AP - Petros Karadjias
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O barco denominado Open Arms, o mesmo nome da ONG que o opera, costuma ser utilizado para resgatar migrantes no Mediterrâneo, explicou Laura Lanuza, porta-voz da organização humanitária.

O barco transporta 200 toneladas de alimentos (arroz, farinha, enlatados, etc.) que serão distribuídos aos moradores e refugiados em Gaza pela organização World Central Kitchen.

A embarcação transporta, também, um dispositivo em forma de plataforma flutuante para permitir o desembarque da ajuda que chega a Gaza, uma vez que não existe um porto operacional no enclave palestino. 

O Pentágono informou que a construção da estrutura levaria até 60 dias e provavelmente envolveria mais de mil soldados. O porto temporário “poderia fornecer mais de 2 milhões de refeições por dia aos cidadãos de Gaza”, detalhou seu porta-voz, Pat Ryder.

Fundada em 2010, a World Central Kitchen é uma organização não governamental sem fins lucrativos dedicada a fornecer refeições após desastres naturais. O chef José Andrés já preparou e enviou comida, por exemplo, ao Haiti, após um terremoto devastador

Um teste para o Chipre, uma esperança para Gaza 

O presidente da República, Nikos Christodoulides, esteve pessoalmente envolvido no estabelecimento deste corredor humanitário, afirma a enviada especial da RFI ao Chipre, Sophie Guignon. É um teste para este pequeno país no Mediterrâneo Oriental, que aderiu à União Europeia (UE) em 2004.  

Ainda que seja louvável, esta opção de um corredor humanitário marítimo para Gaza será menos eficaz do que a rota de transporte rodoviário. Centenas de caminhões viajam para a Faixa de Gaza via Rafah, no Egito, ou pelo ponto de passagem de Kerem Shalom.  

Israel sitia o enclave palestino desde 9 de outubro de 2023 e só está permitindo a entrada de ajuda aos poucos. Como resultado, muitos especialistas no envio de ajuda humanitária concordam que este corredor humanitário marítimo pode não ser suficiente para evitar a fome em Gaza. 

Depois de pouco mais de cinco meses de guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino, a situação humanitária desastrosa no território também levou diversos países árabes e ocidentais, como os Estados Unidos e a França, a realizarem lançamentos aéreos de alimentos e medicamentos em Gaza.

Para a ONU, 2,2 dos 2,4 milhões de habitantes deste território palestino, atingido por uma escassez significativa de água e alimentos, estão ameaçados de fome, e 1,7 milhão foram deslocados devido aos combates e à violência.

(Com AFP e RFI)

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