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Diante da fome em Gaza, países doadores lançam ajuda humanitária de paraquedas

A comunidade internacional apela a um cessar-fogo em Gaza e exige uma investigação independente sobre as responsabilidades após uma trágica distribuição de ajuda humanitária que deixou 115 mortos, na quinta-feira (29), segundo o grupo palestino Hamas. No sul do Líbano, um ataque israelense com drones neste sábado (2) matou três combatentes do Hezbollah, aliado do Hamas. 

Palestinos ao lado de sacos de farinha no campo de refugiados de Jebaliya, na cidade de Gaza. Em 1º de janeiro de 2024.
Palestinos ao lado de sacos de farinha no campo de refugiados de Jebaliya, na cidade de Gaza. Em 1º de janeiro de 2024. AP - HATEM MOUSSA
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Os soldados do Hezbollah, entre eles um técnico em armas, foram mortos quando o carro em que estavam foi atacado por drones perto da cidade costeira libanesa de Naqoura. O Exército israelense informou que estava verificando essa informação.

Em declaração publicada na imprensa francesa neste sábado, o ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, criticou autoridades israelenses. Em uma entrevista ao jornal Le Monde, ele considerou que lideranças de Israel poderiam ser as responsáveis ​​pelo bloqueio da ajuda humanitária em Gaza e por situações “injustificáveis”.

A França redobrou os seus esforços junto a Israel para aumentar o número de pontos de passagem e de caminhões com ajuda aos moradores de Gaza. Os resultados, porém, ainda “não são satisfatórios” e “a fome aumenta o horror”, lamentou o chefe da diplomacia francesa, que visitou a região há um mês.

Confrontados com uma situação humanitária cada vez mais desesperadora, os países doadores começaram a lançar ajuda de paraquedas em Gaza, onde as Nações Unidas (ONU) alertam que a fome é “quase inevitável”. Aviões da Jordânia, com o apoio do Reino Unido, França e Holanda, organizaram até agora a maior parte dos lançamentos. Várias aeronaves egípcias e dos Emirados Árabes Unidos fizeram o mesmo.

Imad Dughmosh, morador de Al-Sabra, no centro da Faixa de Gaza, disse à AFP que conseguiu recuperar água potável e alimentos graças aos lançamentos aéreos. “No final, consegui recolher sacos de massa e queijo, mas os meus primos não conseguiram nada”, disse o homem de 44 anos: “Fiquei feliz por ter comida para as crianças, mas não é suficiente”, lamentou.

Após cinco meses de guerra, a quantidade de ajuda humanitária entregue por caminhões caiu drasticamente e os palestinos que vivem neste território sob bloqueio de Israel enfrentam grave carência de alimentos, água e medicamentos. As entregas foram reduzidas ao mínimo desde o início da guerra, em 7 de outubro, após o ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel que deixou 1.160 mortos, a maioria civis. 

A ofensiva de retaliação de Israel contra o Hamas matou 30.320 pessoas, principalmente mulheres e crianças, segundo o último balanço divulgado neste sábado pelo Ministério da Saúde no território controlado pelo movimento islâmico. De acordo com a mesma fonte, dez crianças morreram de “desnutrição e desidratação”. 

EUA esperam trégua durante o Ramadã

Na sexta-feira (1°), o presidente americano Joe Biden anunciou que os Estados Unidos participariam “nos próximos dias” das entregas de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde mais de 2 milhões de pessoas estão ameaçadas pela falta de comida. Biden também disse esperar uma trégua entre Israel e o movimento islâmico até o Ramadã, o mês sagrado muçulmano, que começa por volta de 10 de março.

No Iêmen, os Estados Unidos destruíram um míssil terra-ar dos rebeldes Houthis que representava uma “ameaça iminente” às aeronaves americanas na região, anunciou neste sábado o Comando militar dos EUA para o Oriente Médio.

(com informações da AFP)

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