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Brasil ocupa 64ª posição em matemática entre 80 países de relatório da OCDE

Estudantes de 15 anos de Singapura, Macau, Japão e Coreia do Sul ocupam as primeiras posições em uma avaliação de conhecimento em matemática da OCDE. A França apresentou uma queda histórica em relação ao estudo anterior. O relatório Pisa, publicado a cada três anos – desta vez adiado por um ano devido à epidemia de Covid-19 – tornou-se uma referência global, acompanhada de perto pelos governos.

Relatório Pisa 2023
No ranking geral da disciplina, Brasil ocupa a 64º posição — 80 países participaram da avaliação. Estudantes de Singapura, Macau, Japão e Coreia estão entre as primeiras posições. AP - Daniel Cole
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Sete de cada dez estudantes brasileiros de 15 anos não aprenderam o mínimo esperado de matemática, de acordo com o estudo Pisa de 2022, divulgado nesta terça-feira (5). O percentual de alunos com baixo desempenho em matemática é de 31% entre os países que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne os países mais ricos do mundo e algumas economias emergentes. No Brasil, o percentual de alunos com baixo desempenho nesta disciplina é de 73%.

Desde o ano 2000, Pisa avalia o desempenho dos sistemas educativos, por meio das competências em ciências, matemática e compreensão de leitura de alunos de 15 anos. A cada relatório, uma dessas três áreas é mais desenvolvida, caso da matemática nesta edição. Os exercícios foram apresentados em 2022 a 690 mil jovens de 81 países e territórios.

A Ásia, com Singapura na liderança, destaca-se mais uma vez na pesquisa educacional Pisa 2022 da OCDE, marcada, no entanto, por um “declínio sem precedentes” no desempenho global dos estudantes após a crise da Covid.

A França apresentou uma queda histórica de 21 pontos ​​no nível dos alunos em matemática, poucas horas antes de o ministro francês da Educação, Gabriel Attal, revelar "medidas fortes" para elevar o nível dos alunos, particularmente no meio universitário.

Na edição anterior, quatro metrópoles e províncias chinesas - Pequim, Xangai, Jiangsu e Zhejiang – ficaram na liderança, mas não puderam participar dos novos testes.

Covid, “acelerador do declínio”

A crise da pandemia de Covid “teve impacto no que observamos” e foi “um acelerador de uma queda de desempenho”, indica Eric Charbonnier, especialista em educação da OCDE.

Mas, o especialista relativiza, acrescentando que “também não devemos atribuir a culpa de tudo à Covid”, porque “já havia uma tendência decrescente há cerca de dez anos” no geral, e “não vimos uma ligação direta entre o fechamento das escolas e o desempenho”.

O estudo Pisa, publicado a cada três anos, estuda o desempenho dos sistemas educativos, através das competências em ciências, matemática e compreensão de leitura de estudantes de 15 anos.
O estudo Pisa, publicado a cada três anos, estuda o desempenho dos sistemas educativos, através das competências em ciências, matemática e compreensão de leitura de estudantes de 15 anos. Getty Images/Tetra images RF - Tetra Images

Baixa histórica da França

A França está dentro da média dos países da OCDE, classificada em 22º lugar em matemática, 24º em compreensão de leitura e 22º em ciências entre os 38 países da organização.

Mas seus resultados estão “entre os mais baixos já medidos” pela OCDE, com “uma queda histórica no nível dos alunos” em matemática, entre 2018 e 2022, destaca Charbonnier.

Outros países europeus apresentam tendências diversas. A Alemanha, por exemplo, obteve uma recuperação espetacular desde 2000. Já a Finlândia observa uma desigualdade que aumenta entre rapazes e garotas, enquanto a Noruega apresenta uma baixa mais importante do que a da França em matemática.

Já Estônia, Suíça, Irlanda, Áustria, Reino Unido, República Checa, Suécia e Dinamarca estão acima da média da OCDE, tal como o Canadá.

Além da Covid, outros fatores são apresentados pela OCDE para explicar o declínio generalizado dos resultados: a crise na atratividade da profissão de professor, que atinge cada vez mais países e afeta a qualidade do ensino; a falta de apoio a professores e alunos e a cooperação nos estabelecimentos; além do envolvimento dos pais na escolarização, que diminuiu face a 2018.

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