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Líderes europeus estão em Kiev para demonstrar apoio à Ucrânia

Nesta terça-feira (21), data do 10º aniversário da revolução de Maidan, movimento que marcou a aproximação da Ucrânia com a Europa e que gerou sanções por parte da Rússia, líderes europeus estiveram em Kiev para reforçar o apoio ao país após quase dois anos de guerra.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, sua esposa Olena e a presidente da Moldávia, Maia Sandu, participam de uma cerimônia de comemoração em um monumento aos chamados "Cem Celestiais", as pess
Zelensky, a esposa Olena e a presidente da Moldávia, Maia Sandu, participam de uma cerimônia de homenagem pelos 10 anos do levante pró-União Europeia de Maidan, em 2014, em 21 de novembro de 2023. via REUTERS - UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SER
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Como sinal deste apoio, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, anunciou nova ajuda militar ao país no valor de € 1,3 bilhão, que se soma aos US$ 100 milhões prometidos por Washington no dia anterior. Após a chegada, na segunda-feira (20), do Secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, é a vez de Pistorius e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, desembarcarem em Kiev para garantir a assistência dos demais países do bloco.

Segundo o ministro alemão, a ajuda de Berlim inclui quatro novos sistemas de defesa aérea Iris-T SLM e munições de artilharia, de que a Ucrânia necessita urgentemente.

“Estou aqui novamente, em primeiro lugar para prometer apoio adicional, mas também para expressar a nossa solidariedade e a nossa admiração pela luta corajosa e dispendiosa que está sendo travada aqui”, disse Pistorius depositando flores na praça Maidan, no centro da capital ucraniana.

Já o presidente do Conselho Europeu, instituição que representa os 27 Estados-membros, disse pouco antes de sua chegada que vinha "expressar o forte apoio da UE" e preparar com o presidente Volodymyr Zelensky a próxima cúpula europeia em dezembro, em que será discutido o desejo da Ucrânia de aderir à UE.

Tais ações devem tranquilizar Kiev, que teme um menor empenho de seus aliados, o que beneficiaria a Rússia, cuja economia tem sido orientada na manutenção da guerra.

Sem concessões

 As preocupações ucranianas são ainda mais latentes à medida que a atenção internacional é monopolizada pela guerra entre Israel e o Hamas, com a divisão do Congresso americano e da UE sobre a ajuda contínua à Ucrânia. Estes receios, quase dois anos após o início da invasão russa, surgem também num momento em que a grande contraofensiva ucraniana, lançada em junho, fracassou na libertação de grande parte dos territórios ocupados no leste e no sul. Kiev, no entanto, garante que pode vencer se a ajuda militar ocidental continuar.

Segundo o Estado-Maior ucraniano, nada menos que 100 mil soldados de Kiev foram treinados no Ocidente e os pilotos começaram a praticar o manejo de aviões F-16, cujo fornecimento deverá ajudar o país a desafiar a supremacia aérea russa.

Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou na terça-feira o 10.º aniversário do início da revolução pró-ocidental de Maidan, afirmando que esta revolta popular foi a “primeira vitória” contra a Rússia. O movimento, que denunciou o regime corrupto pró-Rússia, derrubou o então presidente Viktor Yanukovych do poder após este ter tentado reprimir o protesto à força.

Vladimir Putin, que considera a revolução de Maidan como um golpe de estado orquestrado no Ocidente para enfraquecer a Rússia, anexou posteriormente a Crimeia e organizou uma guerra separatista no leste da Ucrânia. Oito anos depois, ele lançou a invasão em grande escala do país, em fevereiro do ano passado.

Zelensky alertou também os aliados ocidentais contra qualquer tentativa de fazer negócios com a Rússia: se "o mundo civilizado começar (...) a fazer concessões aos tiranos, todos perderemos".

Batalha do Dnipro 

O Exército russo continua atacando a Ucrânia. Dois civis foram mortos num ataque noturno com drones e mísseis contra um hospital e um edifício de mineração no leste, anunciaram as autoridades ucranianas na terça-feira. Por sua vez, o Exército ucraniano tenta ganhar terreno na margem esquerda do rio Dnipro, área ocupada pelos russos na região sul de Kherson.

Os ucranianos ganharam posições na região e vêm ampliando as conquistas desde outubro. Mas o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, garantiu que “todas as operações de desembarque ucranianas nas margens do rio” falharam.

No domingo, a Ucrânia afirmou ter conseguido fazer o exército russo recuar diversos quilômetros nesta área, o primeiro sucesso após meses de contraofensiva mal sucedida.

Shoigu também foi contrariado por influenciadores russos pró-Kremlin. A conta Rybarno escreveu no Telegram, na terça-feira, aos seus 1,2 milhão de assinantes, que as forças ucranianas, na margem esquerda do Dnipro, tinham tomado um maciço florestal adicional perto de Krynky, a sua principal ponte, e estavam conseguindo ganhar o controle e reabastecer. A conta também relata operações mais a oeste, perto de Gola Prystan.

(Com informações da AFP)

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