Acessar o conteúdo principal

Conservadores sofrem derrota em eleições parciais no Reino Unido

O Partido Conservador do Reino Unido sofreu, nesta sexta-feira (20), uma dura derrota em duas eleições parciais contra os trabalhistas, que saem fortalecidos para as eleições legislativas do próximo ano. As duas circunscrições em jogo na Inglaterra eram consideradas pelos conservadores como um eleitorado conquistado. 

Greg Hands, presidente dos conservadores durante o congresso anual do partido em 01 de outubro de 2023.
Greg Hands, presidente dos conservadores durante o congresso anual do partido em 01 de outubro de 2023. AFP - JUSTIN TALLIS
Publicidade

No momento de mais baixa popularidade desde a chegada do primeiro-ministro Rishi Sunak ao poder, a oposição conseguiu reverter as amplas vantagens alcançadas pelos conservadores em outras eleições no passado e levou as cadeiras.

"É um resultado histórico", reagiu com entusiasmo o líder trabalhista, Keir Starmer, aspirante a primeiro-ministro.

"Avançamos humildemente para apresentar argumentos positivos para que o país tenha essa oportunidade de virar as costas a 13 anos de decadência" e entrar em uma "década de renovação nacional", acrescentou.

Resultados apertados

Em Tamworth, a candidata trabalhista Sarah Edward conseguiu superar os quase 20 mil votos de vantagem conseguidos pelos conservadores na última contagem e venceu por 1.316 votos. E, em Mid-Bedfordshire, um bastião conservador desde 1931, vencido por esse partido em 2019 com uma vantagem de 24.664 votos, o trabalhista Alistair Strathern assumiu a cadeira com uma diferença de 1.192 votos.

Ambas as derrotas são consequência da era Boris Johnson, que teve de deixar o cargo de primeiro-ministro em 2022, após uma sucessão de escândalos, vários deles por festas organizadas em Downing Street durante a pandemia de covid-19.

Em Mid-Bedfordshire, a eleição parcial foi causada pela demissão da deputada Nadine Dorries, defensora de Johnson, por divergências com o atual primeiro-ministro, a quem acusou de abandonar os "princípios fundamentais do conservadorismo".

Já em Tamworth, a votação buscava um sucessor para Chris Pincher, no centro de um escândalo por ter apalpado dois homens sem autorização, um assunto que também terminaria atingindo Boris Johnson. Foi ele quem nomeou Pincher para um cargo importante, embora já tivesse sido informado de acusações parecidas contra ele, algo que Johnson disse ter esquecido.

Mau presságio para Sunak

O resultado representa um mau presságio para o premiê Sunak, cujo partido está no poder há 13 anos e que celebra na próxima semana seu primeiro aniversário à frente do governo britânico.

"As vitórias trabalhistas em duas eleições normalmente conquistadas com folga pelos conservadores enviam um sinal claro de que o atual governo pode perder o poder quando enfrentar os eleitores no próximo ano", disse à AFP Mark Garnett, professor de Ciência Política na Universidade de Lancaster.

"Os resultados mostram que, embora os trabalhistas ainda não convençam todos os cidadãos, eles já não confiam nos conservadores e darão seu apoio ao partido que tiver mais chance de substituí-lo nas próximas eleições gerais", acrescentou.

Enquanto Sunak viajava pelo Oriente Médio, o presidente do Partido Conservador, Greg Hands, não teve outra saída a não ser aceitar a derrota.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.