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Ministro das Finanças de Israel congela fundos destinados a estudantes palestinos

Para o ministro Betzalel Smotrich, líder de um partido de extrema direita de Israel, a primeira coisa a fazer é enfrentar o "problema" do mundo acadêmico israelense, ou seja, as "células islâmicas radicais nas faculdades e universidades do país", antes de liberar os fundos destinados aos estudantes. A decisão provocou protestos dentro do próprio governo israelense.

Imagem ilustrativa mostra milhares de judeus e palestinos em manifestação de 13 de fevereiro de 2023 contra a reforma do sistema judiciário debatida no Parlamento.
Imagem ilustrativa mostra milhares de judeus e palestinos em manifestação de 13 de fevereiro de 2023 contra a reforma do sistema judiciário debatida no Parlamento. AFP - AHMAD GHARABLI
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O ministro das Finanças de Israel estabeleceu como meta reduzir ao máximo o financiamento para a população palestina. A última medida tomada por Betzalel Smotrich, do partido de extrema direita Sionismo Religioso, é congelar um plano quinquenal de € 617 milhões para o desenvolvimento de Jerusalém Oriental por causa da inclusão de um programa preparatório para estudantes árabes na Universidade Hebraica de Jerusalém.

De acordo com os diretores dessa instituição, essa decisão equivale a enviar jovens palestinos diretamente para o crime e o terrorismo. Essa também é a opinião de Rami Tareef, curador do Museu de Israel.

"Acho que é revoltante e triste. Na minha opinião, os motivos para fazer isso não são legítimos. Cada shekel que investimos em cultura, arte ou educação tira as pessoas do mundo da violência e desse tipo de coisa. É realmente muito triste o que está acontecendo aqui", disse ele.

Vários membros do governo de coalizão estão tentando fazer com que o ministro das Finanças mude de ideia. Smotrich, por sua vez, é inflexível: "Não me desculpo por promover meus valores", ele proclama. "É por isso que fui eleito", concluiu.

Críticas até dos aliados norte-americanos

Na segunda-feira (7), os Estados Unidos descreveram como "terrorista" o ataque de colonos israelenses que levou à morte de um palestino de 19 anos na sexta-feira (4), criticando a violência da extrema direita israelense.

O escritório do Departamento de Estado dos EUA no Oriente Médio já havia denunciado esse "ataque terrorista de um colono israelense extremista" em sua conta na rede social X (antigo Twitter) no sábado (5). Na segunda-feira, o porta-voz diplomático dos EUA disse que essa escolha de palavras não foi um erro. "Nosso raciocínio é que se trata de um ataque terrorista, estamos preocupados com ele, e é por isso que o chamamos assim", disse Matthew Miller aos repórteres.

Ele pediu que "a justiça seja feita com o mesmo rigor em todos os casos de violência extremista, sejam quais forem os autores". Miller saudou a prisão por Israel de dois suspeitos israelenses no caso.

Ataques de colonos israelenses

Qusai Jamal Maatan, de 19 anos, foi morto na sexta-feira (4) durante confrontos com colonos israelenses a leste de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. De acordo com a mídia israelense, um dos dois suspeitos era ex-porta-voz de um membro do parlamento do partido de extrema direita de Itamar Ben Gvir, o atual ministro da Segurança Pública do governo de Benjamin Netanyahu.

Cerca de 3 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967. Cerca de 490 mil colonos judeus também vivem lá em assentamentos considerados ilegais pela ONU, de acordo com a lei internacional.

Na sexta-feira, antes do incidente, a ONU havia alertado sobre um aumento acentuado nos ataques de colonos contra palestinos ou suas propriedades na Cisjordânia, registrando cerca de 600 "incidentes" nos primeiros seis meses do ano.

(Com informações de Michel Paul, correspondente da RFI em Jerusalém, e AFP)

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