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Nova operação militar israelense na Cisjordânia ocupada deixa dois mortos

Depois de Jenin, o Exército israelense lançou, nesta sexta-feira (7), uma nova operação, dessa vez em Nablus, na Cisjordânia ocupada. Segundo o Ministério da Saúde palestino, duas pessoas morreram. Um soldado israelense também foi morto na noite de quinta-feira (6) nesta região, em um ataque liderado por um palestino. A nova incursão militar israelense na Cisjordânia ocupada acontece um dia depois que a ONU pediu a Israel para tentar implementar um "processo político sério" com os palestinos, em meio a mais um surto de violência.

Palestinos entram em confronto com as forças de segurança israelenses durante um ataque militar na cidade de Nablus, na Cisjordânia, na sexta-feira, 7 de julho de 2023.
Palestinos entram em confronto com as forças de segurança israelenses durante um ataque militar na cidade de Nablus, na Cisjordânia, na sexta-feira, 7 de julho de 2023. AP - Majdi Mohammed
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Com informações do correspondente da RFI em Jerusalém, Sami Boukhelifa

As forças israelenses se infiltraram na Cidade velha de Nablus na manhã desta sexta-feira. De acordo com testemunhas, a operação ocorria discretamente, até que a presença dos soldados foi detectada, quando eles cercavam uma casa. Os confrontos começaram imediatamente entre o Exército e combatentes palestinos.

Israel enviou reforços. Os habitantes de Nablus filmaram e divulgaram imagens da entrada de uma coluna de tanques israelenses em sua cidade. Nablus foi cercada e tiros foram ouvidos. O Crescente Vermelho, movimento internacional que atua com a Cruz Vermelha, relatou a morte de dois jovens durante esta incursão militar.

Khaïri Chahine (34) e Hamza Maqboul (32), ambos membros do braço armado da Frente Popular de Libertação da Palestina (PFLP), foram mortos na cidade velha de Nablus, reduto de grupos armados palestinos ao norte da Cisjordânia. Outros três palestinos ficaram feridos na troca de tiros, segundo o Ministério da Saúde.

A operação israelense acontece depois que um soldado perdeu a vida nesta região de Nablus, ontem à noite. De acordo com um comunicado do Exército, "as forças de segurança identificaram um veículo suspeito e quiseram fazer uma averiguação. Durante a inspeção, ele abriu fogo". O homem conseguiu escapar, mas foi pego pelos soldados e abatido.

A ação foi reivindicada pelas brigadas Al-Qassam, um braço armado do movimento islâmico palestino Hamas. “É uma resposta imediata às agressões da ocupação, contra o povo palestino no campo de refugiados de Jenin”, explicam em uma mensagem.

Em um comunicado, o Exército israelense disse que entrou em Nablus na tentativa de prender Shahine e Maqboul, que realizaram, segundo o Exército, um ataque que não causou mortes na quarta-feira perto de um assentamento judaico, ao sul de Nablus. No texto, os militares afirmam que "os dois terroristas foram mortos após troca de tiros com as forças israelenses", cujo ataque ocorre no contexto de um novo ressurgimento da violência ligada ao conflito israelo-palestino.

Situação tensa desde o início da semana

Na segunda-feira, o Exército israelense realizou uma operação violenta em Jenin, na Cisjordânia ocupada, que deixou 12 mortos do lado palestino e um morto do lado israelense. 

Dois especialistas independentes da ONU disseram, na quarta-feira (5), que os “ataques aéreos e operações terrestres” israelenses feitos no campo de refugiados palestinos de Jenin têm indícios “à primeira vista, de um crime de guerra”.

"Entendo as preocupações legítimas de Israel com sua segurança. Mas a escalada não é a resposta. Isso reforça a radicalização e leva a um ciclo crescente de violência e derramamento de sangue", reagiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, numa tentativa de desbloquear o processo de paz, parado há anos. Ele denuncia o "uso excessivo da força" pelo Exército israelense durante a operação em Jenin.

"Restaurar a esperança do povo palestino em um processo político sério, levando a uma solução de dois Estados e ao fim da ocupação, é a contribuição essencial de Israel para sua própria segurança", declarou o secretário-geral da Autoridade Palestina, na quinta-feira.

Porém, de acordo com um comunicado de seu gabinete, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, conversou por telefone, na noite de quinta-feira, com seu homólogo americano, Llyod Austin, a quem afirmou que Israel continuará "se defendendo contra todos os tipos de ameaças e agindo de forma decisiva contra o terrorismo".

Pelo menos 192 palestinos foram mortos desde o início do ano em atos de violência ligados ao conflito israelo-palestino, além de 27 israelenses, um ucraniano e um italiano, segundo contagem da AFP, a partir de fontes oficiais. Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967.

(Com informações da RFI e AFP)

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