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Ucrânia diz ter repelido maior ataque de drones em Kiev desde o início da guerra

Essa foi a 14ª onda de ataques aéreos contra a capital da Ucrânia desde o início de maio. Na noite de sábado para este domingo (28), uma chuva de drones caiu sobre Kiev por quase seis horas. Para as autoridades ucranianas, trata-se do "maior ataque de drones desde o início da invasão russa". Embora a maioria dos aparelhos tenha sido interceptada, o ataque matou pelo menos duas pessoas, deixando três feridos.

Uma equipe de resgate trabalha entre escombros após uma série de ataques de drones russos em Kiev, em 28 de maio de 2023.
Uma equipe de resgate trabalha entre escombros após uma série de ataques de drones russos em Kiev, em 28 de maio de 2023. © Valentyn Ogirenko/Reuters
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Com informações do correspondente da RFI em Kiev, Stéphane Siohan.

As sirenes dispararam pouco depois da meia-noite: a Força Aérea contabilizou 54 drones explosivos lançados da Rússia, um número recorde. Seria, portanto, o maior ataque de drones desde o início da guerra. Por volta das 2h (horário local), explosões foram ouvidas em vários bairros, enquanto poderosos holofotes vasculhavam o horizonte em busca de artefatos explosivos

Os militares ucranianos dizem ter derrubado 52 desses dispositivos mortais. O principal alvo dos ataques aéreos era a capital: entre os 52 drones abatidos, 40 foram destruídos no céu acima de Kiev. Segundo o Exército, a Rússia visava “instalações militares e infraestruturas nas regiões centrais do país, em particular na região de Kiev”.

Os “escombros caíram sobre um prédio de sete andares”, segundo a administração regional, matando uma pessoa e ferindo outra.

No distrito de Solomyanskyi, os restos dos drones que explodiram durante o vôo caíram em um posto de gasolina: um homem de 41 anos morreu e uma mulher foi hospitalizada, informou o prefeito Vitali Klitschko.

Em outras áreas da capital, as incursões aéreas provocaram grandes incêndios numa zona de armazéns. As chamas se espalharam por mais de mil metros quadrados, ferindo uma pessoa, segundo a administração regional.

Apesar da altíssima taxa de interceptação dos drones, os russos estão tentando esgotar as reservas de mísseis antiaéreos à disposição dos ucranianos e impedir que o Exército posicione esse equipamento na linha de frente, no momento da contra-ofensiva.

A data deste grande ataque com drones pode não ter sido escolhida ao acaso: Kiev celebra neste domingo a fundação da cidade, há 1.541 anos. O chefe da administração militar da capital brincou nas redes sociais: “Hoje o inimigo decidiu parabenizar os moradores pelo Dia de Kiev”.

“Brincar com fogo”

Esta ofensiva russa na capital ucraniana também ocorre após o sinal verde dos Estados Unidos para a entrega de caças F-16 à Ucrânia.

Neste domingo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, denunciou essa medida como sendo uma "escalada inaceitável" do conflito. “É brincar com fogo. Não há dúvidas sobre isso”, disse Lavrov em entrevista à televisão estatal russa, cujo trecho foi postado nas redes sociais.

O território russo também foi alvo, nas últimas semanas, de uma série de ataques de drones. A guerra de objetos não tripulados acontece no momento em que Kiev diz estar finalizando os preparativos para lançar um ataque com o objetivo de reconquistar todos os territórios ocupados por Moscou.

Em 3 de maio, dois drones foram abatidos sobre o Kremlin, em Moscou, residência oficial e local de trabalho do presidente Vladimir Putin.

No sábado, dois drones danificaram um prédio de onde é administrado um oleoduto na região de Pskov, no oeste da Rússia, anunciou o governador Mikhail Vedernikov.

Moscou acusa incansavelmente Kiev - e seus apoiadores ocidentais - de estarem por trás desses ataques, enquanto a Ucrânia nega qualquer envolvimento.

 

(Com informações da RFI)

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