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Tiroteio em escola do ensino fundamental na Sérvia revive drama de violência entre estudantes

Um tiroteio em uma escola do ensino fundamental na região de Belgrado, capital da Sérvia, deixou ao menos nove mortos nesta quarta-feira (3), entre eles, oito alunos. A nona vítima é o segurança da escola, que tentou impedir o ataque e foi alvejado.

A polícia bloqueia as ruas no entorno da escola Vladislav Ribnikar em Vracar, nos arredores de Belgrado.
A polícia bloqueia as ruas no entorno da escola Vladislav Ribnikar em Vracar, nos arredores de Belgrado. AP - Darko Vojinovic
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Segundo a imprensa local, um adolescente de 14 anos, armado, invadiu a escola Vladislav Ribnikar, no centro de Vracar, na região de Belgrado. Eram 8h40 da manhã pelo horário local (3h40 em Brasília) quando o jovem se dirigiu a uma sala de aula e baleou um professor. Em seguida, o atirador mirou nos colegas, matando oito alunos e ferindo outros seis. O professor está internado entre a vida e a morte em um hospital da capital.

A polícia isolou o perímetro da escola, onde muitas ambulâncias chegaram para resgatar os feridos, enquanto pais preocupados observavam o resgate das vítimas. Astrid Merlini, cuja filha estava na escola, disse que os professores agiram rapidamente para esconder as crianças durante o tiroteio. 

"Quando (minha filha) viu o segurança cair, ela correu de volta para a classe. Ela estava com medo. Ela disse à professora que havia um tiroteio no andar de cima", conta Merlini. "A professora imediatamente levou as crianças para um local seguro, trancando-as na sala de aula", acrescentou.

De acordo com as autoridades policiais, o autor do ataque é um aluno da escola, que foi preso ainda no pátio do estabelecimento. O Ministério Público confirmou que ele era “suspeito de ter disparado vários tiros na direção de estudantes e um zelador da escola com uma pistola que pertencia ao seu pai”.

O incidente provoca um imenso choque nesse país dos Bálcãs, no leste da Europa, onde violências armadas em escolas são extremamente raras. “Todas as forças policiais continuam no terreno e trabalham intensamente para esclarecer todos os fatos e circunstâncias que levaram a esta tragédia”, completa a promotoria.

Segundo as autoridades sérvias, o saldo de vítimas poderia ter sido ainda maior se não fosse a intervenção do segurança. "Ele queria evitar esta tragédia e morreu. A tragédia provavelmente teria sido pior se este homem não tivesse ficado na frente do menino que estava atirando", afirmou o prefeito de Vracar, Milan Nedeljkovic.

Uma investigação foi aberta para determinar o que motivou o tiroteio. De acordo com as primeiras informações divulgadas, o jovem vinha planejando o ataque há dias. O chefe da polícia de Belgrado, Veselin Milic, disse durante uma coletiva de imprensa que o atirador havia feito uma lista com os nomes das pessoas que pretendia matar. 

Caso faz lembrar ataque a creche no Brasil

O tiroteio desta manhã na Sérvia trouxe a memória o ataque à creche particular "Cantinho Bom Pastor", em Blumenau (SC), no início de abril, que resultou na morte de quatro crianças entre 3 e 7 anos e teve repercussão mundial.

No Brasil, diante da repetição de ataques em escolas, vários veículos de comunicação decidiram modificar a forma como noticiam esse tipo de violência, não publicando mais a foto e o nome do agressor. O objetivo é não dar visibilidade e inspirar outros atos.

A Europa contabiliza raros incidentes em escolas, mas não menos chocantes. Na França, nos últimos anos, agressões visando escolas estiveram relacionadas a terrorismo. Em 2020, o professor Samuel Paty foi decapitado na rua, em Conflans-Sainte-Honorine, na periferia de Paris, perto da escola onde ensinava História e Geografia, por ter mostrado em suas aulas sobre liberdade de expressão caricaturas do profeta Maomé publicadas pela revista satírica Charlie Hebdo.

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