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Seul diz que muitos documentos vazados pelos EUA sobre Coreia do Sul são falsos

Um "número significativo" de documentos secretos de inteligência dos EUA sobre a Coreia do Sul vazados nas últimas semanas foram "falsificados", disse a presidência sul-coreana na terça-feira (11).

Imagem de arquivo mostra sede da CIA em Langley (EUA), em 14 de agosto de 2008.
Imagem de arquivo mostra sede da CIA em Langley (EUA), em 14 de agosto de 2008. © AFP/Archivo
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O vazamento, que o Pentágono diz representar um risco "muito sério" para a segurança nacional dos EUA, causou constrangimento diplomático. Alguns dos documentos vazados realmente parecem indicar que Washington coleta informações sobre seus aliados, como Israel e Coreia do Sul.

Segundo relatos da imprensa, vários documentos apontam para a preocupação de altos funcionários da segurança nacional sul-coreana, que temem que armas e munições produzidas em seu país acabem sendo usadas na Ucrânia. Tal eventualidade constituiria uma violação da política de Seul de não vender armas a países em guerra.

Durante um telefonema na terça-feira, os ministros da Defesa americano e sul-coreano, no entanto, estimaram que "um número significativo dos documentos em questão foi falsificado", segundo um comunicado de imprensa da presidência sul-coreana.

Dezenas de fotos dos documentos circulam há pelo menos várias semanas nas redes sociais e serviços de mensagens como Twitter, Telegram e Discord.

Verificando veracidade

O Pentágono disse que está trabalhando para determinar se os documentos são genuínos e disse que pelo menos um deles parece ter sido manipulado.

O vazamento levou as autoridades americanas a tranquilizar aliados como a Coreia do Sul, que forneceu ajuda humanitária e não letal à Ucrânia após o início da invasão russa do país em 2022.

A revelação de supostas conversas sobre a Ucrânia entre altos funcionários da segurança nacional gerou críticas na Coreia do Sul sobre a vulnerabilidade das comunicações dentro das principais administrações do país, incluindo a presidência.

O gabinete do presidente Yoon Suk Yeol se defendeu na terça-feira, dizendo que a "segurança é blindada" e que as acusações de escuta eram "mentiras insanas".

Yoon deve fazer uma visita de Estado aos Estados Unidos em abril.

"Nós não sabemos"

"Nós não sabemos. Nós realmente não sabemos", afirmou John Kirby, coordenador para questões estratégicas e de segurança nacional diante de repórteres que o pressionaram com perguntas após um fim de semana de revelações, relata o correspondente da RFI em Washington, Guillaume Naudin.

Kirby explicou que a administração e as diversas agências que compõem a comunidade de inteligência dos EUA ainda estão avaliando a situação.

No entanto, o acesso aos memorandos para os chefes do Estado-Maior foi limitado. A Casa Branca também informou que conversas de alto nível foram realizadas com os países envolvidos nos documentos, o que inclui Israel, a Ucrânia e Coreia do Sul.

Kiev levanta a suspeita de uma operação de desinformação e manipulação. Para o benefício de quem? É difícil dizer, uma vez que Moscou denuncia o mesmo, mas, ao mesmo tempo, considera estes documentos “interessantes”.

(com AFP)

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