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Xi Jinping é eleito para terceiro mandato inédito na China em meio à tensão crescente com EUA

No poder desde 2013, Xi Jinping foi reeleito, sem surpresa, pela segunda vez para a presidência da China nesta sexta-feira (10) com uma votação unânime dos deputados. Será a primeira vez que um presidente chinês terá um terceiro mandato no país. O governo tenta mostrar a imagem de uma China unida e forte, em um momento que o país enfrenta a tensão crescente contra os Estados Unidos.

O líder chinês Xi Jinping com a mão sobre a Constituição chinesa durante sessão que o elegeu para seu terceiro mandato consecutivo como presidente, em 10 de março de 2023.
O líder chinês Xi Jinping com a mão sobre a Constituição chinesa durante sessão que o elegeu para seu terceiro mandato consecutivo como presidente, em 10 de março de 2023. © Mark Schiefelbein / AP
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Com informações de Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim

No poder desde 2013, Xi Jinping foi reeleito, sem surpresa, pela segunda vez para a presidência da China nesta sexta-feira (10) com uma votação unânime dos deputados. Será a primeira vez que um presidente chinês terá um terceiro mandato no país,

A imagem é poderosa. Xi Jinping diante do Grande Salão do Povo é aplaudido durante longos minutos após ser eleito por 2.952 votos dos deputados. A votação por seu terceiro mandato não teve oposição e nem abstenções. Após dez anos no cargo, o líder chinês eliminou seus rivais.

Transmitido pela televisão pública chinesa, o voto desta sexta ratifica a decisão tomada durante o 20º Congresso do Partido Comunista Chinês em outubro passado e tem um forte significado político.

A elite comunista e os chefes militares estão unidos atrás de Xi Jinping, que terá pelos próximos cinco anos grandes desafios econômicos e internacionais para enfrentar.

Desaceleração da economia e imagem internacional

A segunda maior economia do mundo sofre com a desaceleração de seu crescimento e as dificuldades no setor imobiliário. O líder chinês precisa resolver isso tendo de lidar ainda com a queda na taxa de natalidade e uma imagem internacional do país degradada no Ocidente.

As relações com os Estados Unidos estão no seu pior momento em décadas, com diversos pontos de disputa, de Taiwan ao tratamento dos muçulmanos uigures, sem mencionar os balões espiões, a rivalidade em tecnologia e a questão da produção de chips.

Xi Jinping condenou esta semana a "política de contenção, cerco e repressão contra a China" implementada pelos "países ocidentais liderados pelos Estados Unidos" que "levou a desafios sem precedentes para o desenvolvimento" do país.

Nova dinastia

Sem oposição e nem espaço para críticas, o novo mandato do líder chinês é comemorado na mídia oficial chinesa como o retorno à era dourada da dinastia Song, quando não havia limite para o tempo de governo dos imperadores.

Nas últimas décadas, Xi Jinping percorreu uma trajetória notória, de um político pouco conhecido no país para se tornar o líder chinês mais poderoso em muito tempo.

Com 69 anos, o presidente reeleito pode até decidir prolongar seu governo por mais cinco anos se nenhum sucessor confiável aparecer nos próximos anos.

(Com AFP)

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