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Coreia do Norte lança dois mísseis de curto alcance no Mar do Japão

A Coreia do Norte afirma ter disparado dois mísseis nesta segunda-feira (20) capazes de um "ataque nuclear tático", segundo Pyongyang, que poderia destruir completamente bases aéreas inimigas. Este é o segundo lançamento norte-coreano em 48 horas, após o disparo de um de seus mais poderosos mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) no sábado (18), em resposta a um exercício militar programado entre Washington e Seul.

Imagem feita de um vídeo divulgado pelo canal norte-coreano  KRT, mostra o foguete apresentado como um míssil balístico lançado de um local não revelado na Coreia do Norte.
Imagem feita de um vídeo divulgado pelo canal norte-coreano KRT, mostra o foguete apresentado como um míssil balístico lançado de um local não revelado na Coreia do Norte. AP
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A Coreia do Norte usou na segunda-feira "lançadores de foguetes múltiplos superdimensionados", que são "meios táticos de ataque nuclear" poderosos o suficiente para destruir bases aéreas inimigas, informou Pyongyang. Isso permitiu "ao Exército do Povo Coreano [demonstrar] sua total capacidade de dissuasão e disposição para combater" os exercícios aéreos conjuntos EUA-Coreia do Sul, no domingo.

Ao contrário de Pyongyang, os Estados Unidos costumam chamar os foguetes disparados esta manhã de "mísseis balísticos de curto alcance", explica o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), com sede em Washington.

O Exército sul-coreano confirma ter detectado o disparo de dois mísseis balísticos de curto alcance às 07h00 e às 07h11 no horário local (18h00 e 18h11 do dia anterior em Brasília) que percorreram distâncias entre 390 e 340 quilômetros, respectivamente, antes de cair no Mar do Japão.

Seul classificou o lançamento de uma "séria provocação que mina a paz e a estabilidade na península coreana" e pediu a Pyongyang que termine "imediatamente" com as manobras.

Reação em cadeia

No fim de semana, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou que um míssil balístico não identificado foi lançado em direção ao Mar do Leste, nome dado ao Mar do Japão. O lançamento deste ICBM, que Tóquio diz ter caído na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Japão, levou Washington e Seul a organizar manobras aéreas conjuntas no domingo (19).

O lançamento do míssil balístico intercontinental (ICBM) foi condenado "fortemente" pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Através de seu porta-voz, no domingo, ele pediu a Pyongyang que pare com suas "ações provocativas".

Segundo a agência oficial norte-coreana KCNA, o "exercício" desta manhã da Coreia do Norte foi realizado em resposta aos exercícios aéreos do domingo. Pyongyang acusa os dois aliados – Estados Unidos e Coreia do Sul- de serem responsáveis ​​pela deterioração da situação de segurança na península.

Em um comunicado divulgado esta manhã, a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo-jong, alertou que Pyongyang continuará monitorando os movimentos de Washington e Seul para implantar meios estratégicos americanos na região, prometendo tomar medidas de retaliação diante de qualquer ameaça. "A frequência de uso do Pacífico como campo de tiro depende do tipo de ação das forças americanas", disse ela em comunicado publicado pela KCNA.

Conselho de Segurança da ONU se reúne

O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará uma reunião de emergência, na terça-feira (21), em Nova York, para tratar da península coreana.

Para Leif- Eric Easley, da Universidade Ewha de Seul, o lançamento do míssil de forma surpreendente, no sábado, pela Coreia do Norte visa demonstrar “não apenas o desenvolvimento de forças nucleares estratégicas e táticas, mas também a capacidade operacional para (mobilizá-las)”, face a um ceticismo internacional sobre as tecnologias militares do regime norte-coreano.

A Coreia do Norte elogiou seus soldados por realizarem o "exercício de tiro repentino" no sábado, mas especialistas sul-coreanos apontaram que o atraso de nove horas entre a ordem e o lançamento não foi particularmente rápido. Kim Yo-jong rejeitou essas críticas, descrevendo-as como "uma tentativa de subestimar a prontidão das forças balísticas" de Pyongyang.

Para Hong Min, do Instituto Coreano para a Unificação Nacional, o uso de mísseis de curto alcance indica que a Coreia do Norte está "virtualmente visando as bases dos EUA e o centro de comando sul-coreano na região".

As relações entre Pyongyang e Seul estão em seu pior nível em anos.

(Com informações da AFP)

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