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Novo governo de Netanyahu, o mais à direita da história do país, toma posse em Israel

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu toma posse nesta quinta-feira (29), em Jerusalém, quase dois meses após as eleições de 1° de novembro. Ele estará à frente de um governo formado por uma coalizão de direita ultranacionalista, cuja postura conservadora gera preocupações.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, apresentou seu novo governo diante do Parlamento israelense, o Knesset, em Jerusalém, em 29 de dezembro de 2022.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, apresentou seu novo governo diante do Parlamento israelense, o Knesset, em Jerusalém, em 29 de dezembro de 2022. © AMIR COHEN / AFP
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Jerusalém

Netanyahu apresentou nesta manhã sua equipe ministerial aos deputados do Knesset, o Parlamento em Jerusalém, antes de um voto de confiança que esperado sem muito suspense, já que sua coalizão tem a maioria das cadeiras.

O futuro primeiro-ministro anunciou a nominação do ex-ministro de Inteligência Eli Cohen à frente das Relações Exteriores. Na véspera, ele tinha indicado que Yoav Gallant, um ex-comandante das Forças Armadas de Israel, próximo do movimento pró-colonização na Cisjordânia ocupada, para a pasta da Defesa.

A missão do governo será de “combater os esforços do Irã para obter arsenal nuclear”, “de garantir a superioridade militar de Israel na região” e ao mesmo tempo “aumentar o círculo de paz” com os países árabes, declarou Netanyahu ao Parlamento.

Governo ultranacionalista

Esta é a sexta vez que Netanyahu, do partido conservador Likud, ocupa o cargo de primeiro-ministro. Ele volta ao poder após dois anos na oposição.

Mas Netanyahu já enfrenta críticas internas e externas após costurar a coalizão mais direitista dos 75 anos de Israel, apenas com partidos ultranacionalistas e ultraortodoxos, cujas plataformas incluem leis que, para os críticos, podem estremecer as bases democráticas do país.

“Lei da Discriminação”

Uma delas, chamada de “Lei da Discriminação” poderá dar a comerciantes e prestadores de serviços o direito de não atender clientes por motivos ideológicos ou religiosos.

Permitirá que um médico se recuse a atender a um paciente se isso violar sua crença ou que um dono de hotel homofóbico rejeite clientes da comunidade LGBTQI+.

O assunto mobiliza a sociedade civil e coloca na berlinda o próximo presidente do Knesset, Amir Ohana, que é abertamente gay e faz parte de uma coalizão com pouquíssimas mulheres: apenas 14 entre os 64 membros.

A nova coalizão também dará ao novo ministro da Segurança Nacional, o ultranacionalista Itamar Ben-Gvir, um controle sem precedentes sobre a Polícia – o que inquieta a minoria árabe.

O novo governo também deve promover políticas para anexar partes da Cisjordânia, o que preocupa setores mais à esquerda e aliados externos como os Estados Unidos.

Manifestações

No exterior do Parlamento, uma manifestação foi organizada para expressar a decepção e a preocupação de uma parte da população. "O goveno da vergonha", gritavam os manifestantes durante o debate da posse da nova coalizão.

"É terrível. Esta é a única palavra que eu posso dizer, é o que está acontecendo em Israel e eu fico impressionada que as pessoas achem isso normal, que o Likud siga como ovelhas Benjamin Netanyahu", diz Edna, uma manifestante. 

A mobilização organizada por 40 associações da sociedade civil a favor da paz, pelas liberdades, contra a coerção religiosa, da qual também participaram militantes de organizações LGBT.  

(RFI e AFP)

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