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Coreia do Norte lança quatro mísseis em dia de exercícios militares americanos em Seul

A Coreia do Norte disparou quatro mísseis balísticos de curto alcance neste sábado (5), último dia da semana de exercícios aéreos militares organizados entre o governo norte-americano e sul-coreano. Os novos lançamentos se somam a uma série de cerca de trinta mísseis balísticos disparados pela Coreia do Norte ao longo desta semana.

Coreia do Norte lançou cerca de 30 mísseis balísticos nesta semana, enquanto Seul e Washington faziam exercícios militares no território vizinho. Na imagem, canal de televisão sul-coreano mostra lançamento de míssil, em 5 de novembro de 2022
Coreia do Norte lançou cerca de 30 mísseis balísticos nesta semana, enquanto Seul e Washington faziam exercícios militares no território vizinho. Na imagem, canal de televisão sul-coreano mostra lançamento de míssil, em 5 de novembro de 2022 AP - Ahn Young-joon
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Os quatro mísseis foram detectados pelo exército sul-coreano. O lançamento teria partido "de Tongrim, na província de Pyongan do Norte, em direção ao Mar Amarelo", informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em um comunicado.

Dentre os mísseis lançados pelo exército norte-coreano esta semana, um deles caiu em águas territoriais da Coreia do Sul, o que provocou a reação do vizinho com três mísseis lançados em direção ao mar e a denúncia internacional de “invasão territorial”.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul consideram que esses disparos podem culminar em um teste nuclear da Coreia do Norte, o que seria o primeiro desde 2017.

Desde segunda-feira, Washington e Seul realizam exercícios militares conjuntos em um programa chamado  "Tempestade Vigilante". Neste sábado, um bombardeiro estratégico B-1B dos Estados Unidos participou dos exercícios aéreos, marcando o primeiro voo de uma aeronave supersônica desse tipo na península coreana desde dezembro de 2017.

Especialistas apontam que o regime comunista liderado por Kim Jong-Un ficou especialmente irritado com essas manobras, com centenas de aviões, as maiores já realizadas nesta parceria entre Seul e Washington.

Uma ameaça "significativa"

A Coreia do Norte sempre considerou os exercícios militares conduzidos por Washington e Seul no território vizinho como a preparação para uma possível invasão de seu território e tomada de poder do país.

As manobras aéreas são, do ponto de vista norte-coreano, ainda mais preocupantes, pois as forças aéreas são a parte mais fraca de sua defesa. O país tem poucos aviões de tecnologia recente e poucos pilotos experientes.

O especialista em assuntos norte-coreanos, Ahn Chan-il, comentou que o uso de um avião norte-americano B-1B nas manobras é percebido como uma "ameaça significativa".

O avião supersônico foi concebido para carregar armas nucleares, ainda que seja usado pelos Estados Unidos desde a década de 1990 apenas para missões de combate convencional, de acordo com a Boeing, que fabrica o aparelho.

Esse tipo de aeronave foi usado pelos norte-americanos no Iraque e no Afeganistão. O avião pode transportar até 34 toneladas de mísseis e bombas, e recarregado em pleno voo.

Demonstração de força

Em comparação com a frota da Coreia do Norte, os exercícios conjuntos serviram para mostrar os mais modernos caças americanos e sul-coreanos, incluindo caças F-35, em ação.

Falando no Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, rejeitou as críticas feitas às manobras e as qualificou de "propaganda" norte-coreana, dizendo que não representavam ameaça a outros países.

A diplomata acusou a China e a Rússia de protegerem a Coreia do Norte, que "zombou" do Conselho de Segurança com lançamentos de mísseis sem razão, que agravaram as tensões na península coreana.

A China e a Rússia, de sua parte, acusam os Estados Unidos de provocarem a Coreia do Norte.

(Com informações da AFP)  

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