Herdeiro da Samsung recebe perdão presidencial e pode voltar ao trabalho na Coreia do Sul
O herdeiro e líder de fato do grupo Samsung recebeu um perdão presidencial nesta sexta-feira (12). Este é o exemplo mais recente de uma tradição sul-coreana de leniência contra grandes empresários condenados por corrupção e outros crimes financeiros.
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O bilionário Lee Jae-yong, condenado por suborno e peculato em janeiro de 2021, será "reintegrado" para "ajudar a superar a crise econômica da Coreia do Sul", disse o ministro da Justiça do país, Han Dong-hoon. Ele recebeu um indulto do presidente Yoon Suk Yeol, justificado pela crise econômica no país.
Jae-yong é a 278ª pessoa mais rica do mundo, de acordo com a revista Forbes, e estava em liberdade condicional desde agosto de 2021, após ter cumprido 18 meses de prisão, pouco mais da metade de sua sentença original.
O perdão desta sexta-feira permite que ele volte a trabalhar, acabando com a proibição de emprego que lhe havia sido imposta pelo tribunal, por um período de cinco anos, após a sentença de prisão.
"Devido à crise econômica global, o dinamismo e a vitalidade da economia nacional se deterioraram, e há temores de que a recessão econômica se prolongue", afirmou o Ministério da Justiça sul-coreano em comunicado. O ministério espera que o empresário possa “liderar o motor de crescimento do país investindo ativamente em tecnologia e criando empregos”, acrescenta a nota.
“Vou trabalhar mais e cumprir meus deveres como empresário”, disse Lee, depois que seu perdão foi concedido.
Três outros empresários perdoados
Lee Jae-yong, 54, recebeu o perdão juntamente com outros três magnatas, incluindo o presidente do Grupo Lotte, Shin Dong-bin, que recebeu uma sentença de prisão de dois anos e meio em um caso de corrupção, em 2018.
Lee Jae-yong é o vice-presidente da Samsung Electronics, maior fabricante de smartphones do mundo. A receita geral do conglomerado equivale a 1/5 do produto interno bruto da Coreia do Sul.
Onze executivos da Samsung, incluindo Lee, foram indiciados em 2020 por acusações como transações ilegais, manipulação de ações e perjúrio.
Lee Jae-yong foi preso por crimes relacionados a um enorme escândalo de corrupção que derrubou a ex-presidente Park Geun-hye. Ele também foi considerado culpado de uso ilegal de propofol, um poderoso anestésico.
Esses problemas legais e a prisão de Lee não prejudicaram o desempenho da Samsung, que anunciou um aumento de 70% nos lucros no segundo trimestre graças ao mercado de chips, alimentado pela pandemia e pelo boom do home office.
"A Samsung operou perfeitamente bem sem nenhum indulto", disse o analista Vladimir Tikhonov. "O indulto enfraquece o Estado de Direito, o que é potencialmente mais prejudicial do que vantajoso para as operações em qualquer economia de mercado", acrescenta.
Não é incomum que grandes magnatas sul-coreanos sejam acusados de corrupção, peculato, evasão fiscal ou outra atividade econômica ilegal.
(Com informações da AFP)
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