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Governo britânico confirma decreto de extradição de Assange para os EUA

O governo britânico confirmou, nesta sexta-feira (17), que o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, será extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de ter divulgado documentos confidenciais. Foragido há cerca de 12 anos, ele pode pegar até 175 anos de prisão.

Um apoiador de Julian Assange exibe um cartaz, fora do Tribunal de Westminster, em Londres, Grã-Bretanha, em 20 de abril de 2022.
Um apoiador de Julian Assange exibe um cartaz, fora do Tribunal de Westminster, em Londres, Grã-Bretanha, em 20 de abril de 2022. REUTERS - TOM NICHOLSON
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Um porta-voz do ministério do Interior britânico informou que a ministra da pasta, Priti Patel, confirmou que assinará o decreto de extradição de Julian Assange, que terá 15 dias para apelar da decisão. "Em virtude da lei de 2003 sobre a extradição, a ministra assinará uma ordem de extradição, se não houver motivo para proibi-la", disse.

O australiano de 50 anos é procurado pela Justiça americana pelo vazamento, em 2010, de mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas americanas, principalmente no Iraque e no Afeganistão.

Após um longo processo, a Justiça britânica autorizou, em 20 de abril, que Assange fosse entregue à Justiça americana. O decreto de extradição, entretanto, só foi assinado nesta sexta-feira (17).

Manifestações contra a prisão de Julian Assange, em 2021, em frente ao Tribunal de Londres
Manifestações contra a prisão de Julian Assange, em 2021, em frente ao Tribunal de Londres REUTERS - HENRY NICHOLLS

"Os tribunais britânicos não concluíram, nesse caso, que seria opressivo, injusto ou abusivo em termos de procedimento extraditar Julian Assange", explicou o porta-voz da ministra do Interior britânica. Ele se referia aos argumentos dos apoiadores do jornalista, que pedem que ele seja colocado em liberdade e denunciam o desrespeito à liberdade de informação. 

"Os juízes também não concluíram que a extradição seria incompatível com os direitos humanos, incluindo seu direito a um processo equilibrado e à liberdade de expressão. Durante sua estadia nos Estados Unidos, ele será tratado de maneira apropriada, incluindo os cuidados que envolvem sua saúde", acrescentou.

Stella Morris, mulher de Julian Assange, insistiu em maço que este "é um caso político."
Stella Morris, mulher de Julian Assange, insistiu em maço que este "é um caso político." © AFP / DANIEL LEAL

Dia sombrio para a democracia

O site WikiLeaks denunciou "um dia sombrio para a liberdade de imprensa", em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (17), e anunciou que os advogados de Julian Assange vão entrar com recurso. O ativista está preso há três anos na prisão de alta segurança de Belmarsh, perto de Londres, onde ele se casou, em março, com sua ex-advogada Stella Moris.

Eles têm dois filhos, concebidos na época em que o australiano esteve refugiado na Embaixada do Equador, em Londres. Ele passou sete anos no local, onde ficou até 2012. O ativista temia ser extraditado para os Estados Unidos ou para a Suécia, onde havia sido acusado de estupro, em um processo que foi arquivado mais tarde. Assange foi detido pela polícia britânica em 2019.

Em um comunicado divulgado à imprensa, sua esposa pediu à ministra britânica que impedisse sua extradição. "Qualquer país preocupado com a liberdade de expressão deveria ter vergonha de aprovar a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, o país que organizou seu assassinato", escreveu ."Julian não fez nada de mal, não cometeu nenhum crime. Ele é jornalista e editor, e está sendo punido por ter feito seu trabalho", defendeu. "Este é apenas o início de uma nova batalha jurídica."

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