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Talibã: pequeno grupo de mulheres afegãs protesta em Cabul por seus direitos

Cerca de 20 mulheres afegãs se manifestaram em Cabul neste domingo (29) aos gritos de "Pão, trabalho, liberdade", para protestar contra as restrições impostas pelo Talibã às liberdades das mulheres no Afeganistão. Após o seu retorno ao poder, em agosto passado, os fundamentalistas islâmicos têm gradualmente corroído as liberdades conquistadas pelas mulheres nos últimos 20 anos, desde a queda de seu regime anterior (1996-2001).

Mulheres afegãs protestam contra a proibição de viagens aéreas para mulheres desacompanhadas de um homem, em Cabul, em 26 de março de 2022 (foto ilustrativa).
Mulheres afegãs protestam contra a proibição de viagens aéreas para mulheres desacompanhadas de um homem, em Cabul, em 26 de março de 2022 (foto ilustrativa). © Mohammed Shoaib Amin / AP
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"Educação é meu direito! Reabram as escolas!", gritaram as manifestantes, muitas delas com véus cobrindo o rosto, que se reuniram em frente ao Ministério da Educação. Elas caminharam algumas centenas de metros antes de serem paradas pelos talibãs em trajes civis, que se ocuparam de dispersar a manifestação.

"Queríamos ler uma declaração, mas o Talibã não permitiu", disse à AFP a participante Zholia Parsi, após a passeata. "Eles pegaram os celulares de algumas moças e também nos impediram de fazer fotos ou vídeos do nosso protesto", acrescentou.

Desde o seu retorno ao poder, o Talibã impôs uma série de restrições à sociedade civil, muitas destas visam submeter as mulheres à sua concepção fundamentalista do Islã. Eles excluíram amplamente as mulheres do emprego público, restringiram seu direito de viajar e proibiram as meninas do ensino fundamental e médio de terem acesso à escola.

A última restrição data do início de maio, quando o governo emitiu um decreto, endossado pelo líder supremo do Talibã e do Afeganistão, Hibatullah Akhundzada, tornando obrigatório que as mulheres usem o véu completo em público.

"Melhor ficarem em casa"

O Talibã esclareceu que sua preferência era pela burca, mas que outros tipos de vestimentas revelando apenas os olhos seriam tolerados. Eles também entenderam que, a menos que as mulheres tenham um motivo realmente importante para sair, é "melhor para elas fiquem em casa".

Essas novas medidas despertaram a indignação da comunidade internacional. Na sexta-feira (27), o Talibã rejeitou o pedido do Conselho de Segurança da ONU para reverter essas restrições, considerando as preocupações sobre essas questões "infundadas".

Nas últimas duas décadas, as mulheres afegãs adquiriram novas liberdades, voltando à escola, além de se candidatarem a empregos em todos os setores de atividade, ainda que o país permanecesse socialmente conservador.

(Com informações da AFP)

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