Ucrânia: novos bombardeios russos em Kharviv matam ao menos dez civis
A Rússia intensifica sua ofensiva na Ucrânia. Novos bombardeios sacodem o centro de Kharkiv, a segunda maior cidade do país nesta terça-feira (1). O governador da região, Oleg Sinegoubov, divulgou imagens de uma grande explosão que atingiu a principal praça da cidade. Ao menos dez civis ucranianos morreram nesses ataques.
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Em Mariupol, cidade portuária da região leste, os moradores estão sem eletricidade, após um bombardeio russo. Tropas de Moscou também cercam Kherson, no sul, perto da fronteira com a península da Crimeia, anexada em 2014 por Moscou.
Uma coluna de mais de 60 quilômetros de veículos blindados russos se aproxima de Kiev. Imagens de satélite mostram o comboio a cerca de 25 quilômetros da capital.
O governo ucraniano acusa a Rússia de bombardear intencionalmente bairros residenciais e infraestruturas civis. Ao menos 350 civis morreram desde o início do conflito, há seis dias, incluindo seis crianças.
A Rússia insiste que os ocidentais não devem ter instalações militares nas ex-repúblicas soviéticas. O chanceler russo, Serguei Lavrov, voltou a enfatizar essa exigência nesta terça-feira.
A embaixada da França na Ucrânia afirmou hoje que cinco mil soldados russos morreram até agora nos combates. Moscou admite perdas, sem detalhar o número de militares mortos.
Dois soldados tchechenos morreram hoje na Ucrânia e seis ficaram feridos, confirmando uma informação que já circulava sobre a presença de chechenos e outros milicianos entre as tropas russas. Na noite de segunda-feira (28), pelo menos 70 soldados ucranianos morreram, após um ataque de Moscou a uma base militar perto da fronteira com a Rússia.
Em conferência por vídeo com o Parlamento europeu, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu que a União Europeia não abandone a Ucrânia.
Novas sanções
Os europeus irão adotar sanções adicionais contra Moscou, visando novos bancos, outros oligarcas e o fundo soberano russo, diz um comunicado do Palácio do Eliseu.
O ministro da Economia francês, Bruno Lemaire, afirmou nesta terça-feira que os Ocidentais vão travar uma guerra econômica e financeira total, que vai provocar um colapso da economia russa. O montante total de ativos russos que os aliados congelarão é de "quase um trilhão de dólares", disse Le Maire.
Em retaliação à ofensiva, o Reino Unido incluiu hoje em sua lista de sanções o maior banco público da Rússia, o Sberbank.
Negociações
Representantes de ambos os lados se reuniram ontem, pela primeira vez desde o início da ofensiva. As conversas aconteceram na região do rio Pripyat, na fronteira da Ucrânia com Belarus, após mediação do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
"Temos de analisar e depois pensar nas perspectivas informadas" pelo negociador-chefe russo, Vladimir Medinski, declarou o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov.
De acordo com o porta-voz, "há negociações diretas em andamento entre as delegações russa e ucraniana".
O ministro russo da Defesa, Sergey Shoigu, afirmou, por sua vez, que a Rússia continuará sua ofensiva no território vizinho "até que os objetivos estabelecidos sejam alcançados".
Moscou busca a "desmilitarização" e a "desnazificação" da Ucrânia, assim como proteger a Rússia da "ameaça militar criada pelos países ocidentais", frisou o ministro, repetindo palavras enunciadas ontem pelo presidente Putin.
(Com informações da AFP)
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