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ONU pede provas de vida de tenista chinesa Peng Shuai, que denunciou agressão

A ONU pediu nesta sexta-feira (19) provas de que a tenista chinesa Peng Shuai esteja viva, após ela ter denunciado agressões sexuais de um alto dirigente do governo chinês e desaparecer em seguida. 

A tenista chinesa Peng Shuai, durante o Aberto da Austrália em 2019
A tenista chinesa Peng Shuai, durante o Aberto da Austrália em 2019 Jewel Samad AFP/Archivos
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"Seria importante ter provas do local onde ela está e saber se ela está bem. Pedimos a abertura de uma investigação transparente sobre alegações de agressão sexual", disse um porta-voz do Alto Comissariado dos Direitos Humanos em Genebra, Liz Throssell, durante uma coletiva de imprensa.

Peng Shuai, que já foi campeã de duplas em Wimbledon e Roland Garros, escreveu na plataforma Weibo, o equivalente chinês do Twitter, no início de novembro, que o ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli a havia forçado a fazer sexo e a manter um relacionamento durante anos.

 A denúncia rapidamente desapareceu das redes sociais chinesas e, desde então, a tenista de 35 anos não foi mais vista, o que provoca temores sobre sua situação.

Porém, o canal estatal CGTN divulgou uma captura de tela no Twitter de um e-mail atribuído a Peng e supostamente destinado a Steve Simon, diretor da WTA, e outros executivos da associação de tênis feminino. Na mensagem supostamente enviada por Peng, ela afirma que as acusações de abusos sexuais "não eram verdadeiras" e que está "descansando em casa e está tudo bem".

O 'e-mail' não acalmou a situação e provocou ainda mais dúvidas pela linguagem supostamente utilizada pela tenista chinesa e pelo fato de que aparece um cursor de edição no corpo do texto."Tentei em várias ocasiões contactá-la por meio de diferentes canais de comunicação, mas sem sucesso", explicou Simon, que pede que Peng Shuai "tenha permissão para se expressar livremente, sem coerção ou intimidação de qualquer tipo".

Ele também exige "provas independentes e comprováveis" de que a tenista está em boas condições. "Peng Shuai demonstrou uma coragem incrível ao denunciar a violência sexual da qual afirma ter sido vítima por um alto dirigente do país", acrescentou Simon.

As autoridades chinesas permanecem em silêncio diante da crescente preocupação com a tenista. As acusações dela não foram as primeiras contra um alto dirigente do Partido Comunista.

A tenista chinesa Peng Shuai
A tenista chinesa Peng Shuai REUTERS - ADNAN ABIDI

Censura

O caso de Peng continua censurado na internet da China. Em sua carreira, ela conquistou 23 torneios WTA de duplas e dois de simples, com uma premiação de quase 10 milhões de dólares.

Em agosto de 2018, Peng foi suspensa do circuito durante seis meses e multada em US$ 10 mil dólares por tentar afastar Hsieh como sua parceira de duplas no torneio de Wimbledon em 2017 após o prazo de inscrição. O órgão de integridade do tênis a acusou de "coação" e de oferecer "uma recompensa financeira" a Hsieh se ela fosse embora. As duas, no entanto, voltaram a jogar juntas.

A estrela do tênis Serena Williams se uniu nesta quinta-feira aos apelos para que seja investigado o paradeiro da jogadora chinesa Peng Shuai, desaparecida há duas semanas desde que acusou um poderoso político chinês de agressão sexual. 

"Estou arrasada e chocada por não ter notícia do paradeiro da minha companheira Peng Shuai. Espero que ela esteja segura e que seja encontrada o mais rápido possível", escreveu a ex-número um do tênis em sua conta no Twitter."Isso deve ser investigado e não devemos permanecer em silêncio", exigiu Williams.

Na mensagem, a tenista americana postou uma foto de Peng sorridente com a frase "#WhereIsPengShuai" ('Onde está Peng Shuai?'). "Envio meu amor para ela e sua família durante este momento incrivelmente difícil", acrescentou Williams.

Além de Serena Williams, outros nomes de destaque do tênis mundial, como o sérvio Novak Djokovic e a japonesa Naomi Osaka, entre outros, expressaram publicamente sua preocupação em relação à situação de Shuai.

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