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China enfrenta nova onda epidêmica a cem dias dos Jogos de Inverno

Uma situação "grave e complexa": a capital chinesa reforça suas restrições sanitárias, em um momento em que o país enfrenta um novo surto de Covid-19 a cem dias dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. A cidade imperial, que organizou os Jogos de Verão de 2008, deve se tornar a primeira do mundo a receber também os Jogos de Inverno.

Um médico coleta uma amostra de saliva de uma criança para um teste de coronavírus, em 29 de outubro de 2021, em Zhangye, noroeste da China.
Um médico coleta uma amostra de saliva de uma criança para um teste de coronavírus, em 29 de outubro de 2021, em Zhangye, noroeste da China. . AFP
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Neste contexto, as autoridades, que aplicam uma política de tolerância zero em relação aos casos de Covid-19, têm adotado medidas severas para erradicar o risco de um surto, por ora limitado, com menos de 300 casos.

No entanto, 14 províncias estão atualmente afetadas e o vírus chegou a Pequim há dez dias. Se por um lado esses números podem parecer irrisórios em comparação aos registrados diariamente em outras partes do mundo, por outro, estes registros pressionam as autoridades a redobrar a vigilância na preparação para as Olimpíadas de Inverno, que terão início em 4 de fevereiro.

Para conter os contágios, todos os cinemas no distrito de Xicheng, em Pequim, terão que permanecer fechados até 14 de novembro, anunciou a prefeitura neste sábado (30). O distrito, que inclui os bairros localizados a oeste da Praça Tiananmen, tem mais de 1 milhão de habitantes. A decisão foi anunciada depois que a China reportou, em nível nacional, 59 novos casos de Covid-19 de origem local, um número recorde desde meados de setembro.

Neste contexto, o parque Universal Studios, inaugurado no final de setembro, anunciou hoje a presença de casos de contato entre seus visitantes no último final de semana. Todos os funcionários tiveram resultado negativo e nenhum vestígio do vírus foi detectado, garantiu o parque, que intensificou a realização de testes entre seus funcionários e a vacinação.

Vida normal desde a primavera

A China, onde os primeiros casos de Covid-19 foram descobertos há quase dois anos, controlou amplamente a epidemia em seu território. A vida voltou ao normal desde a primavera de 2020 e o país registrou apenas duas mortes em mais de um ano.

No entanto, focos localizados aparecem esporadicamente. O mais recente diz respeito a uma área na fronteira com a Mongólia. Um casal de idosos, que havia viajado para lá em uma excursão, ajudou a espalhar o vírus para outras regiões.

No plano sanitário, a situação é "grave e complexa", admitiu à imprensa o porta-voz do Ministério da Saúde, Mi Feng, destacando a rapidez da circulação do vírus. A proporção de casos graves também é maior do que em surtos anteriores, observou Guo Yanhong, funcionária do ministério. Ela afirma que 40% dos pacientes têm mais de 60 anos.

Por precaução, cerca de 6 milhões de chineses em todo o país estão confinados. A medida, associada a testes em grande escala, poderá controlar a propagação do vírus "dentro de um mês", informou neste sábado o virologista Zhong Nanshan, uma das autoridades da luta contra a Covid-19. Ele alertou, porém, que o vírus "não pode ser erradicado a curto prazo".

A entrada em diversas regiões do país está condicionada à apresentação de um teste negativo, especialmente para viajantes de áreas onde casos foram reportados. Muitos voos nos principais aeroportos de Pequim foram cancelados nesta sexta-feira (29), e as autoridades desaconselham deixar a capital.

(Com informações da AFP)

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