Nuvem de poluição provoca fechamento de parques infantis e estradas em Pequim
A capital chinesa fechou nesta sexta-feira (5) estradas e parques infantis de escolas devido a uma nuvem densa de poluição no norte do país, que aumentou a produção de carvão, apesar da pressão internacional para que o governo chinês atue de maneira mais efetiva contra as mudanças climáticas.
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Várias partes do norte do país foram afetadas nesta sexta-feira por uma densa névoa tóxica. A visibilidade em algumas áreas foi reduzida a apenas 200 metros, segundo a agência meteorológica estatal. As autoridades de Pequim atribuíram a poluição a "condições meteorológicas desfavoráveis e à expansão da contaminação regional".
A capital, que receberá os Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro, ordenou que as escolas suspendessem as aulas de educação física e as atividades em espaços abertos. A escassa visibilidade também provocou o fechamento de rodovias que conectam grandes cidades como Xangai, Tianjin ou Harbin.
A poluição registrada nesta sexta-feira por uma estação da embaixada dos Estados Unidos em Pequim alcançava níveis "muito nocivos" para a população, informou a representação diplomática.
A concentração de partículas poluentes no ar, que penetram nos pulmões humanos e provocam doenças respiratórias, estava em quase 220 microgramas por metro cúbico, muito superior ao limite de 15 estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A nuvem tóxica deve permanecer na região até a noite de sábado, segundo as autoridades da cidade. Esta semana, a China anunciou um aumento de mais de um milhão de toneladas em sua produção diária de carvão para atenuar a escassez energética que provocou o fechamento de várias fábricas nos últimos meses.
O aumento da produção deste combustível fóssil contradiz os compromissos de Pequim para o meio ambiente, na semana do início da conferência climática COP26, em Glasgow.
Industrialização tornou neblinas tóxicas comuns
As autoridades chinesas estabeleceram como objetivo alcançar o pico de emissões de dióxido de carbono em 2030 e obter a neutralidade de carbono, até 2060.
A rápida industrialização do país tornou os episódios de neblina tóxica comuns, embora a frequência do fenômeno tenha registrado queda nos últimos anos por conta da crescente conscientização das autoridades a respeito do meio ambiente.
Apesar das mudanças, o país continua muito dependente dos combustíveis fósseis e 60% de sua energia vem do carvão. Na reunião de cúpula do clima de Glasgow - que não teve a participação presencial do presidente chinês Xi Jinping, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou a China e afirmou que "as ações valem mais do que as palavras".
(Com informações da AFP)
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