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Talibã diz que meninas afegãs retornarão em breve às escolas

O Talibã disse na terça-feira (21) que as meninas afegãs terão permissão para voltar à escola "o mais rápido possível", depois das críticas recebidas pela exclusão de mulheres e meninas da vida pública. O movimento também completou as nomeações para o novo governo, sem nenhuma participação feminina.

"É essencial que todas as meninas, mesmo as mais velhas, possam retomar seus estudos sem mais atrasos", disse a agência da ONU para crianças, Unicef.
"É essencial que todas as meninas, mesmo as mais velhas, possam retomar seus estudos sem mais atrasos", disse a agência da ONU para crianças, Unicef. AP - Felipe Dana
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O Talibã ficou conhecido por seu governo brutal e opressor de 1996 a 2001, quando as mulheres foram proibidas de trabalhar e estudar. Elas também não podiam sair de casa, a menos que acompanhadas por um parente do sexo masculino.

Um mês depois de retomar o poder e prometer uma versão mais branda de seu regime anterior, os extremistas islâmicos restringem cada vez mais a liberdade dos afegãos.

Durante o fim de semana, o ministério da educação ordenou que professores e alunos voltassem para a escola secundária - mas não fez nenhuma menção às educadoras e alunas do país.

Em uma entrevista coletiva em Cabul, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, disse sobre o retorno das meninas à escola: "Estamos finalizando a situação. Isso acontecerá o mais rápido possível."

Ele acrescentou que "um ambiente de aprendizagem seguro" precisava ser estabelecido com antecedência.

Nenhuma mulher ministra

O Talibã anunciou sua nova liderança no início de setembro, composta exclusivamente por fileiras leais.

Ao anunciar a formação final na terça-feira, Mujahid não fez nenhuma referência ao agora extinto ministério de assuntos da mulher. Nenhuma ministra foi nomeada.

O Talibã agora enfrenta a tarefa colossal de governar o Afeganistão, um país dependente de ajuda externa, cujos problemas econômicos só se agravaram desde que os islâmicos tomaram o poder e o financiamento estrangeiro foi congelado.

Muitos funcionários públicos não recebem há meses e os preços dos alimentos dispararam.

"Temos os fundos, mas precisamos de tempo para fazer o processo funcionar", disse Mujahid.

Mulheres devem ficar em casa por enquanto

O Talibã também cortou o acesso das mulheres ao trabalho. As autoridades aconselharam as mulheres a ficar em casa para sua própria segurança até que a segregação sob a interpretação restritiva da lei islâmica (Sharia) possa ser implementada.

Embora os novos governantes do país não tenham emitido uma política formal proibindo totalmente as mulheres de trabalhar, elas foram paulatinamente excluídas dos locais de trabalho.

O prefeito em exercício da capital Cabul disse que todos os cargos municipais atualmente ocupados por mulheres seriam preenchidos por homens.

Embora sempre marginalizadas, as mulheres afegãs lutaram e conquistaram direitos básicos nos últimos 20 anos, tornando-se legisladoras, juízas, pilotas e policiais, embora com atividade limitadas principalmente a grandes cidades.

Sob o governo deposto, apoiado pelos Estados Unidos, milhares de mulheres entraram na força de trabalho - muitas se tornando as únicas provedoras de renda de suas famílias depois de ficarem viúvas ou quando seus maridos foram mutilados durante décadas de conflito.

(com informações da AFP)

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