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Afeganistão: Talibã conquista mais duas capitais provinciais e avança rumo às grandes cidades

Kunduz, grande cidade do norte do Afeganistão, caiu neste domingo (8) sob poder dos talibãs e se tornou a terceira capital provincial tomada pelos insurgentes em 48 horas. Os insurgentes também assumiram o controle de Sar-e-Pul, outra capital provincial do noroeste do país.

Carros danificados são vistos no local da explosão noturna de um carro-bomba em Cabul, Afeganistão, 4 de agosto de 2021.
Carros danificados são vistos no local da explosão noturna de um carro-bomba em Cabul, Afeganistão, 4 de agosto de 2021. REUTERS - STRINGER
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"Todos os edifícios importantes da cidade estão ocupados", afirmou um correspondente da AFP que está cobrindo o avanço dos talibãs. 

Kunduz, que fica 300 km ao norte da capital Cabul e a 50 km da fronteira com o Tadjiquistão, é a terceira capital provincial que cai sob o controle dos talibãs nas últimas 48 horas.

Os insurgentes assumiram o controle no sábado da cidade de Sibargan (noroeste), capital da província de Jawzjan, um dia depois da tomada de Zaranj (sudoeste), capital da província de Nimroz, perto da fronteira com o Irã.

Nos últimos três meses, aproveitando a retirada das tropas estrangeiras, os talibãs assumiram o controle de enormes zonas rurais e concentram agora a ofensiva nas capitais de províncias.

Avanço em direção às grandes cidades

No sábado (7), a Grã-Bretanha advertiu todos os cidadãos britânicos no Afeganistão para deixarem o país imediatamente devido à "piora da situação de segurança" à medida que os combates se intensificam.

O aviso veio depois que o Talibã lança uma grande ofensiva para coincidir com a retirada das estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos, após quase duas décadas de conflito.

O Talibã está cercando várias capitais de províncias, incluindo Kandahar e Herat, a segunda e a terceira maiores cidades do país.

Retorno ao passado

Muitos afegãos vivem com o medo do fantasma de um retorno ao poder dos talibãs, que governaram o Afeganistão entre 1996 e 2001, com a imposição de um severo regime islâmico, antes de sua expulsão por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos.

As tropas estrangeiras estão no país há quase duas décadas, desde a invasão liderada por Washington após os ataques de 11 de setembro de 2001.

O acordo assinado em fevereiro de 2020 em Doha pelos talibãs com o governo dos Estados Unidos, que prevê a retirada de todos os soldados estrangeiros do Afeganistão, impede - ao menos em tese - os insurgentes de executar ataques nas grandes cidades afegãs.

Mas diante dos avanços dos talibãs nas grandes cidades, as tropas dos Estados Unidos, que devem concluir a regirada do Afeganistão no fim de agosto, intensificaram os ataques aéreos.

"As forças americanas executaram nos últimos dias vários ataques aéreos para defender nossos sócios afegãos", afirmou a comandante Nicole Ferrara, porta-voz do Comando Central do exército.

Esta semana, pouco antes do início da tomada das capitas provinciais, os talibãs reivindicaram o assassinato do diretor de comunicação do governo afegão, após uma advertência de que executariam operações contra altos funcionários em resposta à intensificação dos bombardeios.

Na quarta-feira, os insurgentes prometeram novas "operações de represália" contra nomes importantes do governo, após um ataque à residência do ministro da Defesa, o general Bismillah Mohammadi.

O ministro escapou ileso, mas oito pessoas morreram no atentado.

A rápida ofensiva talibã provoca preocupação internacional. Esta semana, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, a emissária das Nações Unidas para o Afeganistão, Deborah Lyons, pediu aos talibãs o "fim dos ataques contra as cidades".

Lyons pediu ainda ao Conselho que apresente uma advertência "inequívoca".

O governo britânico pediu a todos os seus cidadãos no Afeganistão que abandonem imediatamente o país diante do "agravamento da situação da segurança".

(Com informações da AFP)

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