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Em Pequim, segurança é reforçada para celebrar cem anos do Partido Comunista

Começou a contagem regressiva para o 100º aniversário do Partido Comunista chinês, no dia 1° de julho. O governo preparou uma grande festa, com corais tradicionais que entoarão cantos militantes, mas também rappers para atrair jovens militantes. Nesta segunda-feira (28), um grande espetáculo acontece no estádio nacional Ninho de Pássaro, onde a segurança foi reforçada.

Jornalista visita museu do Partido Comunista chinês, em Pequim
Jornalista visita museu do Partido Comunista chinês, em Pequim AFP - NOEL CELIS
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Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim

Até o último minuto, o programa detalhado das comemorações foi mantido em segredo. As primeiras informações sobre o show "A Grande Viagem", que ocorrerá no estádio situado ao norte da capital chinesa, foram divulgadas no domingo (27) à noite, no grupo do aplicativo chinês de mensagens WeChat reservado aos jornalistas credenciados. 

Fiel à sua estratégia "Zero Covid", as autoridades chinesas vão exigir um certificado de vacinação do público participante, um teste PCR, e as pessoas serão levadas para um hotel designado pelo governo, antes de serem autorizadas a entrar no espetáculo. O acesso ao parque olímpico e às ruas da praça Tiananmen, onde acontece uma parte das cerimônias, também será restrito.

É importante lembrar que o show não é aberto à população. Os habitantes de Pequim já estão acostumados com esse "detalhe", explicou um deles à RFI. "Eles vão dançar e cantar, mas não podemos participar. É para comemorar os 100 anos do partido", diz. A segurança ganhou um novo reforço neste final de semana, com a presença de mais policiais e a instalação de barreiras em torno da praça Tiananmen.

A exemplo das celebrações dos 70 anos da Fundação da República Popular da China, em 2019, algumas residências no centro de Pequim receberam a visita de policiais para verificar a identidade das pessoas presentes. Os templos religiosos e alguns karaokês também deverão ficar fechados durante as celebrações. Os comerciantes das plataformas de vendas online foram proibidos de entregar produtos como butijões de gás ou outros produtos inflamáveis até nova ordem.

Trabalhadores chineses instalam bandeiras para comemorar o 100º do Partido Comunista chinês
Trabalhadores chineses instalam bandeiras para comemorar o 100º do Partido Comunista chinês REUTERS - TINGSHU WANG

Mar de flores e bandeiras 

A discrição e o segredo em torno das celebrações contrastam com os slogans da propaganda visível em toda a cidade, cujas avenidas também foram decoradas com arranjos florais. Sem trocadilho, Pequim ganhou uma nova "Campanha das Cem Flores" (política introduzida na China entre fevereiro e junho de 1957 para reestabelecer a autoridade de Mao Tsé-tung no partido), mobilizando um exército de jardineiros. Mais de 2,3 milhões de potes de plantas embelezam a capital, além de um "mar" de bandeiras vermelhas ornadas com cinco estrelas. 

Um dos objetivos do partido ao completar 100 anos é rejuvenescer sua militância e sua audiência. O governo chinês sabe que disso depende o futuro do partido, mas o espetáculo de cantos militantes, organizado nos últimos dias, não bastam para convencer a juventude. "É coisa de velho, isso não me interessa, e nem interessa minhas amigas", diz uma adolescente. Na tentativa de atrair esse público, o governo convocou dezenas de grupos de rap para as celebrações. "Adaptamos um canto tradicional para celebrar o 100º aniversário", afirma a produtora de um clipe em homenagem ao PCC.

Mas, quando a noite cai, o coral tradicional começa sua apresentação. Dos alto-falantes, uma canção de 1945 ecoa, composta a partir de textos de Mao: "nós, comunistas, somos como grãos, e o povo é como a terra." Esse cântico também foi ensaiado em várias escolas, durante as coreografias ensaiadas nos estabelecimentos desde o início do mês. O governo lançou uma campannha contra aqueles que contestam a versão da história sobre a revolução comunista contada nos manuais escolares.

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