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Especialistas da ONU pedem ao papa mais prevenção de abusos sexuais de menores na Igreja

Um grupo de especialistas em direitos humanos da ONU disse, nesta segunda-feira (21), ter pedido ao Vaticano que tome medidas para frear os casos de abuso sexual de menores nas instituições católicas e evitar que voltem a acontecer. Uma carta oficializando a demanda foi enviada ao papa Francisco.

Carta pede mais vigilância do Vaticano diante dos casos de abuso e agressão sexual de menores por seus membros.
Carta pede mais vigilância do Vaticano diante dos casos de abuso e agressão sexual de menores por seus membros. AP - Andrew Medichini
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Os especialistas pediram, em um comunicado, que a "Santa Sé tome todas medidas para frear e prevenir a repetição de violência e de abusos sexuais contra menores nas instituições católicas e assegurar que os responsáveis responderão pelos crimes e as vítimas serão indenizadas". Os quatro especialistas, que não falam em nome das Nações Unidas mas que relatam suas descobertas à organização, escreveram ao Vaticano em abril.

Segundo a carta divulgada nesta segunda-feira, eles expressaram sua "grande preocupação a respeito das várias denúncias em todo o mundo de abuso e violência sexuais cometidos por membros da Igreja Católica contra crianças". Eles mencionam suspeitas de abusos e agressões na Alemanha, Argentina, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, França e México.

Também afirmaram que estão preocupados com as medidas adotadas pela Igreja para "proteger os supostos agressores, ocultar crimes, obstruir a prestação de contas dos supostos agressores e evitar as indenizações correspondentes às vítimas". Os signatários denunciam o que qualificam de um “lobby exercido pelos membros da Igreja” para que os casos não sejam julgados.

Ausência de resposta

Os especialistas fizeram um apelo ao Vaticano para cooperar de maneira completa com a polícia e a justiça dos países envolvidos, além de evitar a assinatura de acordos para evitar a prestação de contas dos membros da igreja acusados de abuso. Eles destacaram persistentes alegações de obstrução e falta de cooperação com os procedimentos legais.

Segundo os especialistas, outra carta com o mesmo tipo de alerta já foi enviada em abril de 2019. Na época, os signatários citaram casos registrados na Austrália, Estados Unidos, Polônia, Irlanda e Holanda. “Exprimimos nossa preocupação diante da ausência de resposta”, reiteraram.

O único aspecto positivo mencionado é a instauração de novas regras na Vaticano, para abolir o segredo dos pontífices em caso de abusos sexuais, facilitando as denúncias. A medida foi elogiada. No entanto, os especialistas criticam o fato de que os membros da Igreja que tomam conhecimento desses crimes não são obrigados a denunciá-los às autoridades civis.

(Com informações da AFP)

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