Acessar o conteúdo principal

Membros da OMS exigem explicações após acusações de abuso sexual contra funcionários da organização

Mais de 50 países membros da Organização Mundial da Saúde manifestaram nesta sexta-feira (28) sua "preocupação" com as informações que sugerem que os líderes da agência da ONU omitiram a denúncia de casos de abuso sexual cometidos por membros da organização. O alerta foi dado em um texto apresentado pelo Canadá durante a Assembleia Mundial da Saúde e assinado pelo Brasil, União Europeia e Estados Unidos, entre outros.

O chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus, prometeu uma investigação independente para apurar as denúncias.
O chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus, prometeu uma investigação independente para apurar as denúncias. via REUTERS - CHRISTOPHER BLACK/WHO
Publicidade

"Manifestamos a nossa preocupação após informações da mídia que sugerem que a direção da OMS estava ciente dos casos de exploração, abuso e assédio sexual, e omitiu denunciá-los como é exigido pelo protocolo da ONU e da OMS", afirma o texto apresentado em Genebra.

Os signatários também chamam a atenção para as alegações de que funcionários da organização tenham tentado abafar o escândalo que veio à tona em meados de maio, quando foram divulgadas novas acusações de abusos sexuais supostamente cometidos por trabalhadores humanitários, sobretudo da OMS, na República Democrática do Congo (RDC).

"Desde janeiro de 2018, mostramos nossa profunda preocupação com as acusações de exploração sexual, abuso e assédio, assim como de abuso de autoridade, nas atividades da OMS", insiste a declaração conjunta.

De acordo com uma investigação da agência especializada The New Humanitarian (TNH) e da Thomson Reuters Foundation publicada em 12 de maio, "22 mulheres da cidade congolesa de Butembo afirmaram que homens, trabalhadores humanitários que estavam na localidade por um foco de ebola (...), ofereceram trabalho em troca de relações sexuais". No ano passado, uma investigação similar na cidade de Beni revelou 51 casos parecidos. A investigação, que indica que os atos aconteceram em 2019, aponta que 14 mulheres "declararam que os homens se identificaram como trabalhadores da OMS".

Nesta sexta-feira, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, tomou a palavra antes da publicação do texto e recordou que criou uma comissão independente, que deve apresentar um relatório no fim de agosto para esclarecer as acusações. "Falo em nome de todos os meus colegas e da organização quando afirmo que levamos muito a sério estas acusações", declarou.

Segundo a organização, os países membros e a direção da OMS, incluindo seu diretor-geral, "conversaram sobre o tema de forma transparente e vigorosa" na semana passada. Uma fórmula usada frequentemente no vocabulário diplomático para falar de forma implícita de debates acirrados.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.