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A queda do bitcoin, a China e a Tesla de Elon Musk: o complexo universo das criptomoedas

O bitcoin moderou um pouco a sua queda depois de perder até 30% do seu valor nesta quarta-feira (19), após um alerta da China contra as criptomoedas que se somaram aos comentários do CEO da Tesla, Elon Musk. Na tarde de hoje, a criptomoeda principal perdeu 14% de seu valor, chegando a US$ 37.420. Ela havia flertado um pouco antes com o limite de US$ 30.000, um valor que não era mais visto desde o final de janeiro.

Representações da moeda virtual bitcoin na frente do logotipo da Tesla em ilustração de 9 de fevereiro de 2021.
Representações da moeda virtual bitcoin na frente do logotipo da Tesla em ilustração de 9 de fevereiro de 2021. REUTERS - Dado Ruvic
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O preço da criptomoeda subiu um pouco após um tuíte do CEO da Tesla, Elon Musk, sugerindo que sua empresa, que adquiriu US$ 1,5 bilhão em bitcoins no início do ano, não os vendeu, ao contrário do que sugeria um tuíte anterior do excêntrico miliardário.

No entanto, Musk decidiu em meados de maio recusar pagamentos de bitcoin por seus veículos elétricos, ao contrário de um compromisso anterior, e nisso ele não voltou atrás.

Em sua baixa diária desta quarta-feira, cotado a US$ 30.016, o bitcoin perdeu quase um terço de seu valor em comparação com o início da semana e mais da metade em comparação com seu maior recorde, de apenas um mês atrás, em 14 de abril, de US$ 64.869,78.

China alerta para o perigo da especulação

As criptomoedas "não são moedas verdadeiras", consideraram nesta quarta-feira várias federações bancárias chinesas de referência, alertando para o perigo da "especulação", em um país que prepara a sua própria moeda digital.

A China foi durante algum tempo um dos baluartes do bitcoin, a moeda virtual mais difundida do mundo. No entanto, em 2019, Pequim deu uma guinada radical e declarou os pagamentos com criptomoedas ilegais no país, acusando-as de servir a "atividades criminosas".

O país temia o risco especulativo que as criptomoedas poderiam representar para seu sistema financeiro e estabilidade social. E enquanto o interesse por moedas virtuais cresce no exterior, três federações bancárias chinesas pediram na terça-feira aos estabelecimentos financeiros que não aceitem ou usem criptomoedas como meio de pagamento.

"Recentemente, os preços das moedas virtuais dispararam e depois despencaram no exterior, e as atividades especulativas deram um salto", disseram as federações em um comunicado conjunto.

Isso "mina seriamente a segurança dos bens das pessoas e perturba a ordem econômica mundial", criticou o texto assinado pela Federação Nacional de Financiamento na Internet, Federação Bancária da China e Federação de Pagamento e Compensação.

Impulsionado pelo interesse de investidores cada vez mais sérios - de bancos institucionais de Wall Street a gigantes do Vale do Silício - o mercado de criptomoedas cresceu para mais de US$ 2,5 trilhões em meados de maio de 2020, de acordo com o site Coinmarketcap, que coleta informações sobre cerca de 10.000 criptomoedas.

Mudança de opinião de Musk

Mas, desde então, o mercado perdeu quase US$ 700 mil, principalmente após a mudança de opinião de Elon Musk, CEO da fabricante de veículos elétricos Tesla, e fundador do Paypal.

Depois de anunciar no início do ano que havia investido parte da receita da Tesla em bitcoins, o bilionário decidiu proibir, em meados de maio, o pagamento de seus veículos com bitcoins, citando os impactos no meio ambiente causados por esta moeda virtual.

Criado em 2008, o bitcoin consumiria cerca de 150 terawatt-hora (TWh) de eletricidade por ano, ou tanto quanto o consumo de um país como a Polônia ou até mesmo um terço das necessidades da França. Também é 12 vezes mais do que o consumo do Google em 2019 (12,2 TWh).

(Com informações da AFP)

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