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Vazamento de gás deixa aos menos 11 mortos e mil intoxicados na Índia

O vazamento de gás aconteceu na madrugada desde quinta-feira (7) em uma fábrica de produtos plásticos de Vishakapatnam, capital do estado de Andhra Pradesh, no sul da Índia. Ao menos 11 pessoas morreram e cerca mil foram hospitalizadas, anunciaram as autoridades que temem o agravamento do balanço de vítimas. Mais de 3.000 moradores estão sendo retirados da região para evitar novas intoxicações.

Vazamento de gás em fábrica na Índia deixa ao menos 11 mortos e centenas de intoxicados.
Vazamento de gás em fábrica na Índia deixa ao menos 11 mortos e centenas de intoxicados. VIA REUTERS TV - ANI
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O acidente aconteceu na fábrica da LG Polymers India, situada próxima a um bairro residencial de Vishwanapatnam. A fábrica estava fechada há um mês por causa da quarentena, em vigor na Índia desde o fim de março, para conter a epidemia de coronavírus. A produção estava sendo relançada quando um líquido tóxico vazou e se transformou em gás estireno, relata o correspondente da RFI na Índia, Sébastien Farcis.

No entanto, a empresa e as autoridades locais não revelaram o tipo do gás envolvido no acidente. O ministro regional da Indústria garantiu que o vazamento foi rapidamente interrompido, mas seus efeitos foram desastrosos para as milhares de pessoas que vivem na região.

Dezenas de pessoas desmaiadas

Imagens exibidas pela televisão mostraram uma espessa coluna de fumaça saindo da fábrica. Nas ruas próximas à usina, havia vários corpos de moradores, inconscientes ou sofrendo de náuseas ou asfixia.

O gás escapou de dois tanques com capacidade para 5.000 toneladas que estavam sem vigilância devido à redução das atividades provocadas pelo confinamento, anunciou a polícia. O produto ficou no local "por causa da quarentena. Isso levou a uma reação química, produziu calor dentro dos tanques e o gás vazou por causa disso", indicou o policial Swaroop Rani à AFP. Ele disse que a polícia chegou ao local imediatamente e que "era impossível qualquer um ficar lá por mais de alguns minutos" devido a presença do gás no ar.

A polícia e os serviços de emergência retiraram entre 3.000 e 4.000 pessoas de um raio de 1,5 km ao redor da fábrica. Os moradores da região alertaram a polícia às 3h30 locais de quinta-feira (19h00 de Brasília, quarta-feira).

Entre as 11 vítimas confirmadas até o momento, quatro morreram no hospital e duas quando tentavam fugir de suas casas. "No momento do acidente, muitas pessoas estavam dormindo", ressaltaram autoridades médicas. Os serviços de emergência continuam buscas para resgatar vítimas desmaiadas, casa por casa. Até o momento, entre 3.000 e 4.000 moradores, em um raio de 1,5 km da fábrica, foram resgatados e cerca de mil estão hospitalizados.

Situação sob controle

Gana Venkata Reddy Naidu, deputado do Parlamento de Andra Pradesh, afirmou que o balanço pode aumentar para entre "25 e 30 mortos". "Rezo pela segurança e pelo bem de todos em Visakhapatnam", afirmou no Twitter o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

A fábrica de Vishwanapatnam pertence à empresa sul-coreana LG Chem. Em um comunicado publicado em Seul, a direção anunciou que a situação está sob "controle". Uma investigação está sendo realizada para "descobrir a causa exata do acidente, o número de mortos e estragos".

A LG Polymers Índia se apresenta em seu site como um dos principais produtores de poliestireno e de poliestireno expandido da Índia

Traumatismo de Bhopal

Para muitos indianos, o acidente revela um traumatismo antigo. A Índia foi palco, em dezembro de 1984, de uma das maiores tragédias industriais da história, quando 40 toneladas de gás vazaram de um fábrica de pesticidas da cidade de Bhopal, centro do país.

O vazamento matou 3.500 pessoas em poucos dias, principalmente moradores de comunidades carentes localizadas em torno da usina da Union Carbide. O acidente provocou milhares de mortes nos anos seguintes.

(Com informações de Sébastien Farcis e da AFP)

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