Abbas ameaça cancelar acordos se Israel anexar novas áreas na Cisjordânia
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, afirmou nesta quinta-feira (26), nas Nações Unidas, que cancelará todos os acordos assinados com Israel, se os planos anunciados pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de anexar uma parte de Cisjordânia se concretizar.
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De acordo com Abbas, “se o governo israelense prosseguir com este plano, todos os acordos assinados e qualquer obrigação subjacente devem ser cancelados", disse. “É nosso direito nos defendermos por todos os meios possíveis, apesar das consequências, e continuamos comprometidos com a legislação internacional e com o combate ao terrorismo", acrescentou.
O premiê israelense, do Likud, tenta formar um governo com o movimento Azul e Branco, de centro, do general Benny Gantz. As duas legendas saíram empatadas nas últimas eleições legislativas, ocorridas no dia 17 de setembro. Como promessa de campanha, Netanyahu se comprometeu a impor a soberania de Israel em duas áreas que representam cerca de um terço da Cisjordânia. A iniciativa foi condenada pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que considerou que tal ato violaria a legislação internacional.
Acordos de paz
Abbas fez uma advertência similar em julho passado, mas não chegou a cumpri-la. No início dos anos 1990, Israel e os palestinos - então liderados por Yasser Arafat - assinaram uma série de acordos de paz sob a chancela da ONU. Eles deveriam durar por um período de transição de cinco anos, mas não impediram os conflitos, como a Segunda Intifada, ou onda de violência, que teve início nos anos 2000.
Abbas também renovou a promessa de realizar novas eleições parlamentares palestinas, que ocorreram pela última vez em 2006. O pleito foi vencido pelo movimento islâmico Hamas, que assumiu o controle da Faixa de Gaza em 2007. A vitória do grupo extremista provocou graves divisões políticas internas.
"Ao retornar à terra natal, convocarei eleições locais regulares na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental, e quem se opuser a essas eleições será responsável perante Deus e a comunidade internacional", disse, se referindo ao Hamas. Abbas fez promessas semelhantes antes, mais recentemente em dezembro de 2018, quando disse que realizaria eleições parlamentares em um prazo de seis meses.
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