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Estado Islâmico perde última fortaleza na Síria

Uma coalizão de árabes e curdos, apoiada por Washington, conquistou nesta quarta-feira (23) o último vilarejo sob domínio do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) no leste da Síria. As Forças Democráticas Sírias (FDS) lançaram em setembro uma ofensiva contra essa fortaleza dos jihadistas, na província de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque.

Ponto de encontro na província de Deir Ezzor, onde famílias de civis estão no meio do conflito
Ponto de encontro na província de Deir Ezzor, onde famílias de civis estão no meio do conflito © RFI / Sami Boukhelifa
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Os combatentes da FDS contaram com ataques aéreos das tropas dos Estados Unidos. Eles também conseguiram recuperar o controle do vilarejo de Baghouz, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Agora, o EI se estende apenas por alguns povoados e terras agrícolas.

“As operações continuam em Baghouz, na tentativa de encontrar elementos do EI escondidos”, precisou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane. “As FDS devem, nesse momento, avançar nas terras agrícolas dessa região.”

Civis perdidos no meio da batalha

No meio dos conflitos, as FDS se veem frente a diversos civis, entre eles mulheres e crianças, que não sabem para onde ir. Esse é o caso de Djamila, russa cujo marido, combatente do EI, morreu há dois anos. “Pedimos às Nações Unidas que nos ajudem. Tentamos deixar o EI, mas não era possível. Vivemos todo esse tempo sob bombardeamentos”, conta.

Na mesma cabana oferecida como abrigo a Djamila, suas duas irmãs e seus cinco filhos, se encontram outras mulheres do Marrocos, da Argélia e uma jovem francesa, cujo marido, jihadista, foi preso. Ela pede que o Estado francês repatrie suas crianças.

EI: ascensão e queda

Após sua ascensão como potência terrorista em 2014, com a conquista de vastos territórios sírios e iraquianos, o EI viu seu califado autoproclamado se reduzir após várias ofensivas. “Estamos assistindo a fuga de muitos combatentes inimigos, membros do EI”, destacou o porta-voz da Coalizão Internacional Antijihadista, o coronel Sean Ryan.

“As forças sírias lutam de forma passional. Nosso objetivo é o fim do Estado Islâmico”, ressaltou. “É difícil dizer quanto tempo vai durar, apesar do progresso. Nós tentamos não falar em termos de prazos, trata-se sobretudo de enfraquecer as capacidades do inimigo.”

Desde setembro, os confrontos nessa última fortaleza do EI mataram mais de mil jihadistas e mais de 600 combatentes das FDS, segundo o OSDH. De acordo com essa mesma fonte, 380 civis perderam a vida. Apesar da vitória contra o grupo terrorista, os jihadistas reivindicaram dois atentados em menos de uma semana contra as tropas americanas da coalizão e seus aliados sírios.

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