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Atividades humanas, como uso de transportes, provocaram aumento de 2,7% nas emissões de CO2 em 2018

A COP24 acontece até o dia 14 na Polônia. Uma conferência sobre o clima com o objetivo de reforçar o Acordo de Paris – mas que, aparentemente, está longe de atingir sua vontade. O último balanço das emissões de CO2, o relatório chamado Global Carbon Budget, mostra que houve um aumento de 2,7% em de emissões 2018.

Uso de transportes contribuiu para aumento das emissões de CO2
Uso de transportes contribuiu para aumento das emissões de CO2 AFP
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Em 2017, a taxa foi de +1,6%, mostrando que a humanidade caminha contra todas as recomendações dos cientistas. Philippe Ciais, diretor de pesquisas no Laboratório de Ciências do Clima e do Meio Ambiente e um dos autores do balanço, disse que “o aumento das emissões é ligada às atividades humanas, como os transportes, uso de aquecedores e a produção de energia, como a eletricidade.”

É preciso que as emissões diminuam nos próximos anos. Será preciso que, até 2030 (em 12 anos), elas sofram uma queda de 25% para conter o aquecimento global em 2 graus”, afirmou Philippe Ciais. Mas o caminho ainda está longe – a China e os Estados Unidos, os dois maiores emissores, viram a taxa de poluição aumentar em 2018. Sozinhos, esses dois países são responsáveis por quase a metade do CO2 liberado pelo homem na atmosfera.

Carvão e gás são piores inimigos

Além do carvão, que continua sendo o inimigo número um, o consumo de gás natural aumentou 2% ao ano no mundo entre 2000 e 2017, e 8,4% na China, que combate a poluição do ar. Quanto ao petróleo, acreditava-se que um teto havia sido alcançado em termos de consumo. No entanto, o número de veículos cresce 4% a cada ano, com uma porcentagem irrisória para carros elétricos. O consumo de combustível para a aviação comercial disparou 27% em 10 anos.

"Embora tenha havido progressos notáveis em termos de energia limpa e veículos elétricos, estes não são altos o suficiente para interromper o avanço dos combustíveis fósseis", disse o especialista em clima Glen Peters, do centro de pesquisa Cicero de Oslo, e um dos autores do estudo publicado na revista Open Access Earth System Science Data.

Ilusão coletiva

Com esses dados, resta saber como a comunidade internacional conseguirá parar rapidamente as emissões antes de começar a reduzi-las. E se o mundo pretende permanecer em um aumento da temperatura de 1,5ºC em relação à era pré-industrial, as emissões terão que ser reduzidas em 45% em 2030 com relação a 2010.

Para o climatologista Kevin Anderson, da Universidade de Manchester, é "hora de abrir os olhos". "Com a ilusão coletiva, a satisfação parcial e as mentiras, as emissões continuarão a aumentar", alertou.

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