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Gaza/Egito

Em meio ao conflito em Gaza, Egito abre fronteira para o Ramadã

O presidente egípcio ordenou a abertura extraordinária da fronteira de Gaza especialmente durante a festa religiosa do Ramadã, um mês depois de manifestações em massa desta segunda-feira (14), quando cerca de 60 palestinos foram mortos pelo exército israelense.

Palestinos esperam para cruzar a fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 18 de maio de 2018.
Palestinos esperam para cruzar a fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 18 de maio de 2018. REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi disse nesta quinta-feira (17) em sua página no Facebook que a decisão havia sido tomada "para aliviar o sofrimento" dos habitantes do enclave palestino, que possui cerca de 2 milhões de pessoas sob bloqueio israelense há mais de 10 anos.

O túnel fronteiriço de Rafah, no Egito, a única abertura da Faixa de Gaza para o mundo exterior que não é controlada por Israel, foi fechado nos últimos anos. O Cairo justificou a decisão citando ameaças à segurança do país. A última vez que a passagem de Rafah foi aberta por um período relativamente longo foi em 2013, por apenas três semanas.

Como sempre, só estão autorizados a entrar no território egípcio, palestinos doentes ou idosos, estudantes matriculados em universidades estrangeiras, assim como os habitantes do enclave com laços familiares com os egípcios, segundo disseram autoridades em Rafah, acrescentando que esta operação é feita em "coordenação" com os serviços de segurança da Palestina.

As autoridades egípcias mantêm relações tensas com o Hamas palestino, que governa a Faixa de Gaza. O movimento islâmico tem origem na Irmandade Muçulmana e foi proibido no Egito desde a destituição pelo exército, então liderado por Abdel Fattah al-Sissi, do ex-presidente islamita Mohamed Morsi.

Cúpula extraordinária em Istambul

A abertura da fronteira foi anunciada poucas horas antes de uma reunião em Istambul dos líderes do mundo islâmico, destinada a condenar o Estado judeu após o violento derramamento de sangue desta segunda-feira, na Faixa de Gaza.

O "encontro extraordinário" da Organização da Cooperação Islâmica (OCI) será presidida pelo chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan. Uma enorme manifestação popular de apoio aos palestinos também está programada para a tarde desta quinta-feira em Istambul. O presidente egípcio, declarou estar "em contato" com os israelenses e palestinos "para acabar com o derramamento de sangue" em Gaza.

Diplomatas árabes pedem investigação internacional sobre “crimes israelenses”

O Egito é, ao lado da Jordânia, o único país árabe a concluir um tratado de paz com Israel. O Cairo também está envolvido em negociações que devem levar à reconciliação entre os palestinos, especificamente entre o Hamas, que controla o enclave bloqueado de Gaza, e o Fatah, no poder na Cisjordânia ocupada.

Diplomatas árabes reunidos no Cairo na quinta-feira, a pedido da Arábia Saudita, pediram uma investigação internacional sobre os "crimes" israelenses depois do banho de sangue de segunda-feira na Faixa de Gaza, o mais mortífero do conflito israelo-palestiniano desde 2014. Na segunda-feira, manifestações no enclave palestino coincidiram com a inauguração em Jerusalém da Embaixada dos Estados Unidos em Israel, cinco meses após a decisão do presidente Donald Trump de reconhecer a cidade santa como a capital judia, criando indignação entre os palestinos.

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