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Austrália

Cardeal, terceiro na linha de sucessão do Vaticano, será julgado por agressão sexual

Um tribunal de Melbourne, na Austrália, decidiu nesta terça-feira (1°) julgar o cardeal australiano George Pell por agressão sexual. O religioso é um dos conselheiros mais próximos do papa Francisco.

O cardeal George Pell entrou no tribunal de Melbourne cercado por um forte esquema de segurança.
O cardeal George Pell entrou no tribunal de Melbourne cercado por um forte esquema de segurança. AAP/James Ross/via REUTERS
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Pell, de 76 anos, será o mais alto representante da Igreja católica processado por agressões sexuais. Durante a audiência, ele permaneceu impassível quando o tribunal comunicou a decisão de julgá-lo. O clérigo se declarou inocente, reafirmando sua postura desde o início do escândalo.

O tribunal de Melbourne ouviu durante quatro semanas os depoimentos de supostas vítimas de cardeal. Seu advogado afirmou que o caso sequer deveria ser julgado devido à falta de credibilidade das vítimas. Segundo ele, as acusações "são fruto de problemas mentais, fantasias ou pura invenção, com o objetivo de castigar o representante da Igreja católica por não ter impedido as agressões de pedofilia cometidas por outros".

Os detalhes dos delitos que teriam sido cometidos pelo cardeal não foram revelados durante a audiência. A Justiça, que rejeitou algumas das acusações, informou apenas que vai jugar o religioso por "múltiplas" acusações. Pell, que depôs três vezes durante as investigações, admitiu que "falhou" em sua gestão envolvendo padres pedófilos, no estado de Victoria, nos anos 1970.

Cardeal aguarda processo em liberdade

O cardeal, que é chefe das Finanças do Vaticano, pediu licença do cargo durante o processo para se defender das acusações. Em um comunicado, a Santa Sé se limitou a dizer que estava ciente "da decisão anunciada pelas autoridades judiciais da Austrália".

Pell deixou o tribunal em liberdade, após pagamento de fiança. Ele entregou seu passaporte às autoridades e está proibido de deixar a Austrália durante o processo.

O anúncio do julgamento coincide com o final de uma longa investigação nacional sobre a resposta institucional na Austrália a abusos sexuais cometidos contra crianças, iniciada pelo governo em 2012. A iniciativa foi lançada após uma década de protestos por parte das vítimas.

Pell foi ordenado padre em 1966 em Roma e depois progrediu, passando por todos os níveis da hierarquia católica na Austrália. Em 1996, foi nomeado arcebispo de Melbourne e em 2001, de Sydney. Em 2014, foi designado pelo papa Francisco prefeito da secretaria de Assuntos Econômicos do Vaticano. Os representantes da Igreja católica australiana apoiam o cardeal, que qualificam de um homem "decente".

(Com informações da AFP)

 

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