Míssil que aterrorizou Japão é apenas “começo”, diz líder norte-coreano
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu novos lançamentos de mísseis e garantiu que o disparo desta terça-feira (29) - condenado pela ONU por unanimidade - seria apenas o "começo".
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O lançamento do Hwasong-12, míssil balístico de médio alcance que atravessou o arquipélago nipônico, representa uma nova escalada na crise norte-coreana, um mês após Pyongyang ter disparado dois mísseis balísticos intercontinentais com potencial para alcançar boa parte do continente americano.
Na ocasião, o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou responder à Coreia do Norte com "fogo e fúria". Pyongyang rebateu, prometendo lançamentos de mísseis contra Guam, território norte-americano do Pacífico onde vivem cerca de 6 mil soldados dos Estados Unidos e que abriga instalações estratégicas.
Na terça-feira, Trump retorquiu, em um tom mais diplomático, que "todas as opções" estão sobre a mesa. No mesmo dia, o Conselho de Segurança da ONU, que impôs recentemente uma nova série de sanções a Pyongyang, condenou "firmemente" o lançamento do míssil norte-coreano. Pequim e Moscou, dois aliados-chave de Pyongyang, apoiaram o texto, que não prevê um reforço imediato nas sanções contra a Coreia do Norte.
Imagens do disparo na Coreia do Norte
O "Rodong Sinmun", jornal oficial do partido único no poder na Coreia do Norte, publicou nesta quarta-feira (30) cerca de 20 fotos do disparo. Em uma delas, vê-se um jovial Kim Jong-un rodeado por seus conselheiros, com um mapa do noroeste do Pacífico em seu escritório.
Em outra imagem, o líder aparece observando o míssil lançado de Sunan, próximo a Pyongyang. O projétil percorreu 2,7 mil km, a uma altitude máxima de 550 km, antes de cair no Pacífico. Em uma nota publicada nesta quarta-feira, a agência oficial de notícias norte-coreana, a KCNA, cita o líder, anunciando "mais exercícios de disparos de mísseis balísticos no futuro, com seu alvo no Pacífico".
O lançamento de terça foi "um começo importante para conter Guam, base avançada da invasão", declarou, referindo-se a um "avanço das respostas" frente às manobras militares que os Exércitos norte-americano e sul-coreano estão realizando na Coreia do Sul. Pyongyang considera que esses exercícios militares são um ensaio geral para uma invasão a seu território.
É a primeira vez que Pyongyang declara ter enviado um míssil sobre o território japonês. Em 1998 e em 2009, a Coreia do Norte havia lançado foguetes que sobrevoaram o Japão, mas, em ambas as ocasiões, o regime norte-coreano argumentou que se tratava de veículos espaciais.
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