Negociado por Moscou e Ancara, entra em vigor cessar-fogo na Síria
O cessar-fogo, negociado pela Rússia e pela Turquia, entrou em vigor quinta-feira, 29 de dezembro, exatamente à meia-noite, em toda a Síria.
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Paul Khalifeh, correspondente da RFI em Beirute
O regime de Damasco e da Coligação Nacional da Síria, representando a oposição com base na Turquia, assinaram o acordo, que não inclui o grupo Estado Islâmico e o ex-Frente Al-Nusra, rebatizado de Fateh al-Sham. Um poderoso grupo rebelde, o Ahrar al-Sham, não aceitou o acordo, contrariamente ao que foi anunciado por Moscou.
De acordo com a Rússia, 50 mil rebeldes apóiam o fim das hostilidades. Os combates cessaram em quase todas as frentes. Os armas se calaram a oeste de Aleppo, onde duelos ferozes de artilharia aconteceram nesta quinta-feira (29) entre o exército sírio e os rebeldes nas regiões de Rachidine e Halab al-Jadide.
Uma calma precária reina na área de Barada, a 18 quilômetros a noroeste de Damasco. O exército sírio comandou ataques nesta região montanhosa, onde se encontra a principal fonte de água da capital.
Os combates também cessaram nos arredores de Damasco, algumas horas após a queda de várias bombas que tinham como alvo, entre outros, a Embaixada da Rússia. Uma violação da trégua, no entanto, foi registrada na província central de Hama, onde os rebeldes atacaram a cidade cristã de Mahrada, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Combates no centro da Síria
No entanto, pesados combates entre as tropas governamentais e jihadistas ocorreram na província de Homs, no centro da Síria. O exército sírio lançou uma ofensiva contra combatentes do grupo Estado Islâmico, que tentaram cercar uma base aérea chamada "T4", a meio caminho entre Palmyra e Homs.
A particularidade do acordo negociado por Moscou e Ancara é que ele foi estabelecido entre a Rússia e potências regionais, sem a participação dos Estados Unidos. Ele consagra o papel da Turquia e do Irã como os principais atores políticos na crise síria, ao lado da Rússia. Os países árabes, especialmente as monarquias petrolíferas do Golfo, que apoiaram ativamente a rebelião, ficaram fora das negociações..
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